Resumo:
- Todo mundo tem medo de perder o emprego, mas algumas histórias inspiradoras mostram que ser demitido pode ser a melhor coisa para a sua carreira;
- Will Day foi dispensado por causa da crise financeira de 2008, mas teve a oportunidade de expressar sua criatividade e se tornar artista;
- Dawn Kelly perdeu o emprego na Prudential Financial e acabou obtendo sucesso ao fundar o bar de sucos The Nourish Spot.
Todos nós tememos perder o emprego. Ser demitido pode ser o seu pior pesadelo, especialmente quando você não está esperando. Todas as suas finanças pessoais são afetadas, com a incerteza da próxima oportunidade. Mas e se essa demissão levá-lo a uma direção ainda melhor do que você imaginava?
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Para Dawn Kelly, K.C. Kavanagh e Will Day, perder o emprego acabou sendo uma bênção. Veja, na galeria de fotos abaixo, como cada um deles enfrentou o choque inicial, o medo do desconhecido, a realidade financeira e como acabaram seguindo carreiras que amam:
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Reprodução Will Day
Emprego anterior: Gerente de projetos na KMD Architects.
Emprego atual: Artista, proprietário e fundador da willdayART LLC.
Motivo da demissão: “A crise financeira de 2008. A empresa decidiu que eu não era mais necessário.”
Momento de pânico: “Eu me senti impotente e entrei em pânico. Não estava preparado emocionalmente. Foi a época mais sombria da minha vida. A única coisa que me fez passar por esse tempo incerto foi a minha fé. Sem o apoio da minha família e da minha comunidade, eu teria mergulhado em uma profunda depressão.”
Próximos passos: “Eu não tinha um plano B. Isso me deixou completamente envergonhado e perdi toda a minha confiança. Queria me esconder do mundo e ser criativo de alguma forma. Então desci ao meu porão e comecei a pintar. Nunca tinha pintado antes, mas senti um prazer enorme ao exercitar minha criatividade. Me senti transformado.”
Ideia genial: “No começo, eu não queria ser artista, mas, depois de passar meses pintando, sabia que poderia fazer isso para ganhar a vida. Eu só tinha que encontrar minha voz e encontrar o mercado certo para a minha arte.”
Realidade financeira: “Pedi à minha esposa que confiasse em mim nessa fase de descoberta artística. Nesse período, conseguimos nos sustentar com o salário dela e as nossas economias. Ela estava chateada e confusa com a minha decisão de ser artista, mas acreditava em mim. Nós sofremos com as minhas escolhas, o que gerou grandes tensões em casa. Parecia que o destino da minha família e da minha vida estava em jogo. Foi a primeira vez na vida que tive que realmente começar tudo desde o início e tentar refazer minhas metas e paixões.”
Opiniões externas: “Eu senti como se estivesse apresentando um novo ‘eu’ para todo mundo. Foi difícil assumir, diante das pessoas, que eu era um artista. Elas reagiram com risadas e olhares vazios. As respostas foram: ‘Você está louco, Will? Um artista? Isso é ridículo. Boa sorte e espero que sua esposa não o abandone’.”
Ideia prática: “Eu não conseguia ficar sentado e pintar sem um propósito. Tive que descobrir a mensagem que queria passar na tela muito rapidamente. Sabia que precisava de muita ajuda, então conversei com cinco consultores (amigos e executivos que acreditavam na minha visão) para me ajudar a desenvolver e executar um plano de negócios. Assim, montei um modelo para arrendar e comissionar arte e criei uma abordagem disciplinada. Isso me ajudou a criar um portfólio de trabalho artístico e a vender para empresas em todo o país, conquistando o fluxo constante de renda mensal que eu tanto precisava. Quando minha esposa observou esse cenário, ela começou a acreditar que a arte poderia ser realmente um caminho viável. Foram necessários vários anos para construir meu negócio e ganhar a confiança da minha família e amigos.”
O passado: “Ser demitido foi uma das melhores coisas que já aconteceu comigo. A demissão me ensinou a não ter medo, ser corajoso e ter resiliência. Se você estiver aberto a mudanças, ficará surpreso com o caminho que seguirá.”
Vida atual: “Ainda tenho que lutar para ser artista. As pressões financeiras não desapareceram, e preciso produzir todos os dias, expressando minha criatividade neste mundo caótico. Não há caminhos ou linhas retas na vida.”
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Reprodução Dawn Kelly
Emprego anterior: Vice-presidente do departamento de comunicações globais da Prudential Financial.
Emprego atual: CEO do bar de sucos The Nourish Spot.
Motivo da demissão: “Em 2015, eu cheguei no trabalho com minhas malas, na esperança de fazer uma rápida viagem a Washington no lugar de um colega. Mas acabei em um escritório entre meu novo chefe e um consultor de recursos humanos para receber a informação de que meu trabalho tinha sido encerrado. Eu poderia tentar me candidatar a outros cargos na empresa ou sair em 60 dias. Eu escolhi a segunda opção. Ocupava a posição desde 1999 na companhia. Nunca me candidatei a nada. Naquele momento, todas as opções apresentadas pareciam um fracasso para mim.”
Momento de pânico: “Eu fui pega de surpresa. Me senti roubada. Chorei por meses. Para piorar, meu relacionamento de quase duas décadas de duração também tinha acabado. Eu estava destruída emocionalmente. Bloqueei todo mundo nas redes sociais e decidi viajar. Viver em Nova York não estava me ajudando. Eu não conseguia entender por que tinha sido demitida, então viajei para longe com minha filha, meus primos e minhas amigas.”
Ideia genial: “Foi algo divino. Eu estava rezando bastante, com lágrimas escorrendo dos meus olhos, quando a TV ligada na ‘CNN’ transmitiu que o rapper Styles P havia aberto um bar de suco na cidade de Yonkers. Foi então que me inspirei a fazer isso – mas no distrito do Queens. Eu consumia suco há um tempo, para tentar perder alguns quilos que ganhei enquanto subia a escada corporativa. Assim, percebi que tinha contatos valioso em meu telefone voltados para o negócio de suco. Foi surreal.”
Ideia prática “Conversava casualmente com as pessoas sobre o The Nourish Spot, para testar as águas. Poucos se convenceram e acreditaram ser uma boa ideia, mas isso não me impediu. Eu estava convencida de que daria certo. Fiz uma parceria com meus filhos, Owen e Jade Duncan, para colocar a mão na massa. Usando minhas economias e indenizações, Owen comprou todo o equipamento do restaurante e mandou fazer o logotipo, os cartões de visita e as camisetas. Com a empresa de tecnologia jurídica Legal Zoom, Jade ajudou a incorporar o negócio, criar o cardápio e cultivar parcerias estratégicas com programas comunitários sem fins lucrativos para construir um fluxo de jovens estagiários de culinária. Ela também acionou a decoradora de interiores Cecilia Cipriano. Eu cuidei da conta bancária e encontrei o local adequado. Lutei com o contratante, me envolvi com agências municipais, incluindo a Equipe de Aceleração de Novos Negócios, e segui a dica do meu conselheiro sobre a obtenção de licenças e autorizações necessárias. Além disso, me inscrevi para o treinamento de manipulação de alimentos. Visitei a SCORE e a York College Small Business Association e recebi informações e conselhos valiosos, imediatamente aplicados.
Desafios: “A demanda por nossos produtos está crescendo tanto que nosso estoque se esgota durante o dia e somos obrigados a reabastecer. Mas, como dizem, esse é um bom problema para resolver. Incentivar a nova equipe à cultura e à unidade também tem sido um desafio, mas estamos batendo meta após meta.”
Vida atual: “A vida é bela, divertida e interessante. Estou cheia de gratidão e admiração pelo caminho que a vida seguiu desde o fatídico dia de 2015. Estou estável financeiramente e minhas contas estão sendo pagas. Os negócios estão crescendo aos trancos e barrancos por meio do boca-a-boca e da divulgação nas redes sociais. Além disso, tenho apresentado nossos sucos em feiras e reuniões por toda a cidade, conectando-me com as pessoas.”
A melhor coisa sobre ser demitido: “Acredito que minha demissão me libertou da caixa em que estava enjaulada. Deus sabia que havia mais para mim. Depois de passar por um período de luto, percebi que estava livre, talvez pela primeira vez em toda a minha vida.”
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K.C. Kavanagh
Emprego atual: Diretora comercial da Bacardi Limited.
Motivo da demissão: “Após 18 anos trabalhando para o Starwood Hotels & Resort, o grupo hoteleiro foi comprado pelo Marriott e extinguiu meu cargo.”
Momento de pânico: “O Marriott deixou claro desde o momento em que anunciamos o acordo que eles manteriam sua própria equipe de liderança sênior. Eu estava preparada, mas ainda assim foi muito desagradável quando recebi o comunicado oficial. Eu amava meu trabalho, minha empresa e meus colegas e não tinha ideia do que faria em seguida. Nunca contei a ninguém, mas secretamente pensei que passaria o resto da minha carreira na Starwood, teria uma aposentadoria integral vitalícia e viajaria pelo mundo com meu marido. Não atualizava meu currículo há uma década. Após receber a notícia, fiquei em choque durante 24 horas, mas saí da cama, dei uma corrida e me preparei para o que viria a seguir. Inventei o mantra que me ajudaria nessa transição – “faça valer a pena”, que significa abraçar a incerteza da jornada com positividade total.
Próximos passos: “A primeira coisa que fiz foi pedir a ajuda de uma escritora de currículo profissional. Ela me deu uma lição de casa, que eu menosprezei em um primeiro momento: ‘Quais são seus objetivos de carreira para os próximos 10 anos? Quais são suas metas no que diz respeito a estilo de vida? Quais são os seus propósitos de vida?’. Eu ia responder às questões de qualquer jeito, mas depois disse a mim mesma para levar aquilo a sério. Acontece que essas perguntas simples foram divisoras de águas para mim. Elas realmente me fizeram refletir sobre o que era importante pessoalmente e profissionalmente.”
A decisão sobre o viria a seguir: “Neste momento da minha vida, eu percebi que meus objetivos em relação a estilo de vida eram tão importantes quanto meus objetivos profissionais. Por exemplo: eu não queria mais fazer viagens de uma hora para chegar ao local de trabalho. Minha família estava aberta a se mudar, mas só se isso significasse uma grande aventura, em algum lugar no exterior ou ao ar livre. Além disso, a Starwood era uma empresa de líderes do ‘tipo A+’, o que era estimulante, mas também muito estressante e exaustivo. Eu queria ir a um lugar onde pudesse trabalhar duro, mas diminuir um pouco o volume.”
Na busca por emprego: “Era importante para mim sentir algum senso de controle, então estendi a mão para os principais recrutadores do meu setor para dar o pontapé inicial. O mercado de trabalho estava agitado e descobri que ser entrevistada era uma experiência realmente fascinante. Em quatro meses, recebi duas ofertas de emprego. Uma delas era um trabalho de comunicação importante para uma empresa de tecnologia da lista Fortune 50 sediada em São Francisco. A outra era da Bacardi, uma das mais antigas empresas familiares do mundo. Racionalmente, o trabalho na área de tecnologia era a escolha lógica. No entanto, eu usei meu instinto e analisei minhas metas de estilo de vida e escolhi a Bacardi. A empresa é sediada nas Bermudas, um lugar que minha família e eu adoramos. Como um dos meus antigos chefes me disse, sempre escolha o trabalho divertido. Foi um conselho libertador de um cara sério. Minha escolha até me surpreendeu, foi a primeira vez que tomei uma grande decisão profissional com o coração e não com a cabeça.”
Vida profissional atual: “Eu amo nossa nova vida. A Bacardi é verdadeiramente a empresa mais especial de todas, com ótimas marcas premium e pessoas fenomenais. Tem uma vibe familiar calorosa que é o antídoto perfeito para o estresse de uma grande empresa pública, investidores ativistas e uma cultura hiper-intensa que me deixou esgotada. Tem sido fascinante aprender um negócio totalmente novo, especialmente um que seja tão divertido quanto o do álcool.”
Vida familiar atual: “Há algo muito especial em embarcar em uma aventura familiar em que todos experimentam algo novo juntos. O fato de morarmos nas Bermudas tem sido uma grande mudança no estilo de vida. As crianças chegam em casa e nadam ou surfam depois da escola. Nós, com certeza, tomamos a melhor decisão. Recentemente, visitei meu médico de longa data em Nova York e ele disse que nunca me viu tão relaxada, que até minha postura mudou. ‘É como se você tivesse liberado todo o estresse da sua vida’, ele falou. O engraçado é que eu não sabia o quão estressada estava – até não estar mais.
A melhor coisa sobre ser demitida: “Nos sentimos muito felizes por ter tido esse abalo inesperado em nossas vidas. Fico orgulhosa de quão resiliente e positiva toda a nossa família se tornou quando confrontada com mudanças inesperadas e, a princípio, indesejadas. É fundamental manter a positividade na hora de enfrentar uma reviravolta profissional. Às vezes, precisamos abraçar a mudança e ver aonde ela nos levará em nossa vida.”
Will Day
Emprego anterior: Gerente de projetos na KMD Architects.
Emprego atual: Artista, proprietário e fundador da willdayART LLC.
Motivo da demissão: “A crise financeira de 2008. A empresa decidiu que eu não era mais necessário.”
Momento de pânico: “Eu me senti impotente e entrei em pânico. Não estava preparado emocionalmente. Foi a época mais sombria da minha vida. A única coisa que me fez passar por esse tempo incerto foi a minha fé. Sem o apoio da minha família e da minha comunidade, eu teria mergulhado em uma profunda depressão.”
Próximos passos: “Eu não tinha um plano B. Isso me deixou completamente envergonhado e perdi toda a minha confiança. Queria me esconder do mundo e ser criativo de alguma forma. Então desci ao meu porão e comecei a pintar. Nunca tinha pintado antes, mas senti um prazer enorme ao exercitar minha criatividade. Me senti transformado.”
Ideia genial: “No começo, eu não queria ser artista, mas, depois de passar meses pintando, sabia que poderia fazer isso para ganhar a vida. Eu só tinha que encontrar minha voz e encontrar o mercado certo para a minha arte.”
Realidade financeira: “Pedi à minha esposa que confiasse em mim nessa fase de descoberta artística. Nesse período, conseguimos nos sustentar com o salário dela e as nossas economias. Ela estava chateada e confusa com a minha decisão de ser artista, mas acreditava em mim. Nós sofremos com as minhas escolhas, o que gerou grandes tensões em casa. Parecia que o destino da minha família e da minha vida estava em jogo. Foi a primeira vez na vida que tive que realmente começar tudo desde o início e tentar refazer minhas metas e paixões.”
Opiniões externas: “Eu senti como se estivesse apresentando um novo ‘eu’ para todo mundo. Foi difícil assumir, diante das pessoas, que eu era um artista. Elas reagiram com risadas e olhares vazios. As respostas foram: ‘Você está louco, Will? Um artista? Isso é ridículo. Boa sorte e espero que sua esposa não o abandone’.”
Ideia prática: “Eu não conseguia ficar sentado e pintar sem um propósito. Tive que descobrir a mensagem que queria passar na tela muito rapidamente. Sabia que precisava de muita ajuda, então conversei com cinco consultores (amigos e executivos que acreditavam na minha visão) para me ajudar a desenvolver e executar um plano de negócios. Assim, montei um modelo para arrendar e comissionar arte e criei uma abordagem disciplinada. Isso me ajudou a criar um portfólio de trabalho artístico e a vender para empresas em todo o país, conquistando o fluxo constante de renda mensal que eu tanto precisava. Quando minha esposa observou esse cenário, ela começou a acreditar que a arte poderia ser realmente um caminho viável. Foram necessários vários anos para construir meu negócio e ganhar a confiança da minha família e amigos.”
O passado: “Ser demitido foi uma das melhores coisas que já aconteceu comigo. A demissão me ensinou a não ter medo, ser corajoso e ter resiliência. Se você estiver aberto a mudanças, ficará surpreso com o caminho que seguirá.”
Vida atual: “Ainda tenho que lutar para ser artista. As pressões financeiras não desapareceram, e preciso produzir todos os dias, expressando minha criatividade neste mundo caótico. Não há caminhos ou linhas retas na vida.”
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