
Número de prestadoras de serviços financeiros digitais no país saltou de 474 para 1.174 nos últimos seis anos
Durante os últimos anos, ficou cada vez mais difícil não ouvir falar delas. As fintechs, como o próprio nome sugere – “tecnologia financeira”, em português -, são startups que alinharam os serviços financeiros com o meio digital para criar um dos ecossistemas que mais crescem no mercado, segundo dados do grupo de inovação aberta Distrito. Só de 2015 a 2021, o número de instituições do tipo saltou de 474 para 1.174 no país, com US$ 3 bilhões em investimentos aportados. Atualmente, elas também são responsáveis por empregar 57 mil colaboradores – cerca de um quarto da quantidade dos grandes bancos.
Esse “boom” também foi responsável por colocar o Brasil no mapa do setor. O relatório “2021 Global Fintech Rankings”, produzido pela alemã Mambu, colocou o país como o primeiro país da América Latina em estrutura de serviços financeiros digitais, e a cidade de São Paulo como o 4ª maior polo de fintechs do mundo, atrás apenas de São Francisco (EUA), Londres (Inglaterra) e Nova York (EUA).
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Para este ano, a tendência é que o mercado continue movimentado. Até maio, a ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs) documentou a transação de 11 empresas do tipo, o que deve resultar em uma movimentação até 50% maior do que a que ocorreu em 2020. Além disso, todo esse crescimento vertiginoso dos últimos anos aumentou a procura por profissionais qualificados, como explica Luiza Gomide, chief people officer do PicPay. “A procura pelos melhores talentos está cada vez mais acirrada. Existe um déficit desses profissionais e isso torna o processo de recrutamento ainda mais estratégico.”
A demanda também é variada – assim como o PicPay, os bancos digitais Nubank e Neon contam que as vagas mais frequentes variam entre cargos administrativos, financeiros, jurídicos e operacionais, incluindo especialistas em marketing e recursos humanos. “Vale destacar que todas as áreas têm um forte viés de agilidade e que os caminhos de carreira são extremamente diversificados, podendo começar em uma área e embarcar em programas internos de migração dependendo da sua performance, habilidades e interesses”, ressalta Juliana Yamada, vice-presidente de pessoas e estratégias do Neon.
Vale lembrar que, no final de julho, o Nubank pegou o mercado de surpresa ao anunciar que a funkeira Anitta se juntaria ao time de conselheiros administrativos da instituição. Apesar de não ter experiência formal no setor financeiro, a empresária teve a contratação justificada por Cristina Junqueira, cofundadora da companhia, graças à capacidade de reinvenção e inovação da cantora – características que as fintechs estão valorizando mais do que os nomes no currículo. “Estamos sempre em busca de multiplicadores que lideram pelo exemplo, que sejam colaborativos e abertos para aprender e entregar produtos incríveis. Buscamos alto desempenho ao mesmo tempo em que queremos que todos falem o que pensam e que contribuam do seu modo”, afirma a diretora de recursos humanos do Nubank, Renee Mauldin.
A pedido da Forbes, as diretoras de recursos humanos do PicPay, Neon e Nubank elaboraram seis dicas para profissionais que desejam entrar no mundo das fintechs, independentemente de seus cargos e formações. Veja, na galeria abaixo, quais são elas:
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Reprodução/Forbes
Desenvolva suas soft skills
O termo soft skills já se tornou figurinha carimbada para quem deseja ascender profissionalmente. E, para a chief people officer do PicPay, Luiza Gomide, essas habilidades são essenciais para conquistar os recrutadores. “As empresas, muitas vezes, priorizam o perfil porque entendem que as habilidades técnicas podem ser desenvolvidas. Um funcionário que esteja alinhado ao objetivo da companhia tende a ser mais engajado e a fazer entregas com mais determinação e senso de propósito”, diz.
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Compartilhe os valores da empresa
A diretora de recursos humanos do Nubank, Renee Mauldin, acredita que pessoas alinhadas ao propósito e às ideais da empresa possuem mais chances de contratação. Segundo ela, isso acaba criando uma ligação que vai além do dia a dia no escritório. “Além de buscar experiências e habilidades que serão necessárias na rotina do trabalho, estamos sempre em busca de pessoas que estejam intrinsecamente motivadas para fazer o seu papel e que desafiem o status quo que regeu os serviços financeiros na América Latina por tantos anos”, afirma.
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Seja honesto nos processos seletivos
A transparência é essencial em qualquer tipo de recrutamento, independentemente da área. Não só para comunicar os atributos e habilidades gerais, mas para transmitir certeza sobre o interesse no setor. “O processo de atração, de entrevista e de tomada de decisão deve ser uma via de mão dupla. Tem que fazer sentido para a empresa e para a pessoa que se candidata”, afirma Juliana Yamada, VP de pessoas e estratégias da fintech Neon.
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Luis Alvarez/ Getty Images
Aja como se fosse o dono
Adotar a postura de líder e colocar a mão na massa não importa qual seja a demanda é outra característica valiosa de quem almeja uma posição no mercado das fintechs. “Em empresas de tecnologia, não basta executar, é preciso se mostrar um profissional capaz de inovar, buscar soluções e estar atento ao cenário macro para contribuir com o time, não só em sua própria função. Profissionais assim costumam ser mais completos e valiosos por sua visão do todo”, explica Luiza Gomide.
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Luis Alvarez/ Getty Images
Demonstre criatividade para vencer obstáculos
Como um negócio atrelado à criatividade e inovação, as fintechs precisam de colaboradores que encarem as tarefas dessa mesma maneira, sendo capazes de buscar novas soluções a cada momento. “Demonstre curiosidade e capacidade de gerar insights que conectem negócios com tecnologias e com pessoas”, diz Juliana Yamada. Além disso, a diretora de RH do Nubank recomenda que os candidatos fiquem de olho nas redes sociais da instituição onde querem trabalhar para propor novas perspectivas sobre os obstáculos que o mercado enfrenta. “Sabemos que temos muitas oportunidades de crescer e de impactar as regiões onde atuamos. O que buscamos nos candidatos é um olhar novo para resolver esses desafios”, explica.
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Conheça o mercado
Apesar de existirem alguns cargos nas fintechs que não lidam diretamente com o âmbito financeiro, conhecer o mercado é essencial para saber quais são os desafios, as prioridades e o significado das ações tomadas pela companhia. O candidato que entender isso, sairá na frente. “Pessoas com essa bagagem podem fornecer diferenciais únicos para a empresa, bem como entender o contexto das instituições para quem trabalham”, explica Renee Mauldin.
Desenvolva suas soft skills
O termo soft skills já se tornou figurinha carimbada para quem deseja ascender profissionalmente. E, para a chief people officer do PicPay, Luiza Gomide, essas habilidades são essenciais para conquistar os recrutadores. “As empresas, muitas vezes, priorizam o perfil porque entendem que as habilidades técnicas podem ser desenvolvidas. Um funcionário que esteja alinhado ao objetivo da companhia tende a ser mais engajado e a fazer entregas com mais determinação e senso de propósito”, diz.
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