No Brasil, a população acima dos 50 anos já ultrapassa a marca de 50 milhões e, nas próximas duas décadas, a estimativa é de que mais da metade da força de trabalho do país seja composta por pessoas com 45 anos ou mais. “A empresa que não está olhando para esse público está atrás”, disse Luciana Buzolin, head de marketing da Nestlé Health Science, no painel do Maturifest, evento da plataforma Maturi voltado para o mercado de trabalho 50+, ontem (17).
Mediado pelo fundador da Maturi, Mórris Litvak, o painel também contou com a presença de José Vicente Bernardo, editor-chefe da Forbes Brasil, que falou sobre a edição da lista 50 Over 50 2022 da revista, e de Deives Rezende, empreendedor, palestrante e consultor, que apareceu na primeira edição, em 2021. “Com 55 anos, pedi demissão de uma instituição financeira em que estava indo muito bem porque queria escrever um novo capítulo na minha carreira”, disse Deives.
Depois de trabalhar 40 anos no mercado financeiro, ele provou que não existe tempo certo para mudar de rumo e buscar novos desafios e fundou uma consultoria de ética e diversidade, a Condurú.
Como investidor-anjo no mercado de startups, ele diz que estar com jovens traz oxigênio para pensar em tecnologia e inovação, mas ainda sente falta da maturidade que os profissionais sêniores trazem. “O cabelo branco ajuda a colocar a aeronave na Terra e discutir outros pontos.”
Com histórias de reinvenção e sucesso após os 50, a lista 50 Over 50 da Forbes reúne grandes nomes, divididos em dez categorias, que chegaram à maturidade com mais relevância do que quando eram jovens. Neste ano, ela contempla personalidades como Elizabeth Rodrigues Gomes, que foi medalha de ouro nas Paralimpíadas de Tóquio 2022, Katleen Conceição, dermatologista referência em pele negra no Brasil, o arquiteto Sig Bergamin, Mano Brown, maior voz do rap nacional, o ícone do teatro Ary Fontoura, entre tantos outros.
A revista já fazia a lista Under 30, com jovens que se destacam em diversas áreas antes dos 30 anos, e, no ano passado, começou a elencar personalidades acima dos 50 anos.
Esse movimento de valorização de profissionais maduros já é observado no mercado e na mídia. O etarismo, preconceito em relação à idade, começa a ser debatido à medida que celebridades, lideranças corporativas e profissionais em cargos de destaque passam a falar abertamente sobre o assunto. “Eu me tornei um profissional muito mais interessante depois dos 50 anos”, disse o editor-chefe da Forbes. Segundo ele, a experiência traz, além de conhecimento, humildade, serenidade para resolver problemas e maior habilidade de fazer networking.
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