Em menos de dois meses, vai começar a Copa do Qatar. Num passe de mágica, ninguém mais falará em eleições, os campeonatos regionais terão seus jogos paralisados e outros assuntos deixarão de ser prioridade. O brasileiro logo se tornará um exímio técnico de futebol, outros se tornarão analistas esportivos em redes sociais e a comparação entre os times e jogadores começará naturalmente acontecer. Sejam velhos ou crianças, as discussões certamente serão em torno de qual será o melhor time ou o melhor jogador da Copa.
Sim, nós comparamos os times e os atletas o tempo inteiro. O mesmo acontece nas Olimpíadas, quando mergulhamos em cada modalidade a fim de identificar as nossas preferências e tirar as próprias conclusões sobre quem, de fato, domina em cada área. A comparação é parte da competição que, por sua
vez, é parte de quem persegue sempre a sua melhor performance.
Mas por que quase sempre não queremos ser comparados com ninguém? Por que muitas vezes fugimos da competição ou atribuímos a ela muitos fatores negativos? Quem busca dar o melhor de si, quem busca atingir melhores resultados e quem busca ser o melhor em sua atividade profissional invariavelmente precisará competir, será comparado com seus pares e perseguirá bravamente o seu lugar ao sol em cima de um pódio.
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No entanto, será que essa cultura da performance não estressa? Claro que sim, não tenha dúvida. Garanto, porém, que o estresse do fracasso e da estagnação são ainda maiores. E, quando um atleta sobe no lugar mais alto do pódio, só ele sabe tudo pelo qual passou e, por isso, nos breves segundos em que é tocado o seu hino nacional, toda recompensa vem à tona, evidenciando a convicção de que enfrentar a todos os desafios valeu, sim, muito a pena.
É justamente essa busca por novos desafios que nos mantém vivos e que nos leva à evolução que tanto buscamos. É preciso que fique claro também que fazer essa opção tem como consequência treinos e mais treinos, estudos e mais estudos – e alguns riscos a serem tomados. Sempre que vemos atletas com essa
determinação, nem pensamos duas vezes, e aplaudimos de pé. Que eles nos sirvam de exemplo.
Flávio Augusto da Silva é empreendedor e escritor. Dentre suas iniciativas, é CEO e fundador da WiseUp, líder no ensino de inglês para adultos, proprietário do Orlando City Soccer Club, time de futebol profissional dos EUA, e fundador e Presidente do conselho de administração da Wiser Educação.
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Artigo publicado na edição 101 da revista Forbes, de setembro de 2022.