Se seus objetivos de liderança envolvem inovação, distinção e obtenção de resultados surpreendentes, existem poucos exemplos melhores do que as pessoas premiadas com o Nobel. São pensadores que enfrentaram inúmeros obstáculos para se diferenciar de algumas das pessoas mais inteligentes do planeta. As técnicas que eles usaram para chegar ao topo são lições que todo líder deve aprender.
1. Expanda seu pensamento
Andre Geim, professor e pesquisador na Universidade de Manchester, na Inglaterra, ganhou o Prêmio Nobel por descobrir o grafeno, um material de um átomo de espessura derivado do grafite, junto de uma classe de materiais semelhantes.
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Muitos empreendedores acreditam que o foco em uma questão única ou no plano de carreira determina o seu sucesso. Eles pensam: foque e não tenha distrações e você chegará ao topo. Entretanto, a carreira de Geim é uma exceção a essa abordagem.
Muito do sucesso do pesquisador veio do pensamento lateral – ou seja, multidisciplinar. “Por causa da minha formação bastante diversificada e por estar em diferentes ambientes científicos, gosto de pular de um assunto para outro”, disse Geim. “Quando você faz esses saltos, não fica preso em uma linha de pensamento e é capaz de usar o conhecimento de outras áreas, que começa a vir naturalmente. E isso às vezes faz toda a diferença.”
Muitas lideranças não permitem que seus funcionários pensem de forma expansiva. Um estudo da LeadershipIQ.com, uma plataforma norte-americana de capacitação em liderança corporativa, mostra que apenas 20% dos gerentes sempre incentivam seus funcionários a inovar, experimentar e brincar com novas ideias. É claro que os líderes têm metas específicas que precisam ser alcançadas, e essas metas exigem foco. Mas dar aos seus funcionários um pouco de autonomia para explorar novas ideias pode não apenas desencadear um grande avanço, mas também pode ser a chave para a retenção e o engajamento dos funcionários.
Da mesma maneira, o estilo de liderança com que os funcionários mais desejam trabalhar é chamado de estilo idealista, que é caracterizado pelo aprendizado e crescimento extensivos. Os idealistas são empreendedores com muita energia que acreditam no potencial positivo de todos ao seu redor. Eles querem aprender e crescer, e querem que todos na equipe façam o mesmo.
2. Siga o caminho menos óbvio
O Dr. Shuji Nakamura ganhou o Prêmio Nobel “pela invenção de diodos emissores de luz azul eficientes, que criaram fontes de luz branca brilhantes que economizam energia”.
Na década de 1980, havia dois materiais considerados possíveis candidatos para a criação de LEDs azuis: o seleneto de zinco e o nitreto de gálio. “Basicamente, todos os cientistas trabalharam com seleneto de zinco. Quando as pessoas souberam que eu trabalhava com nitreto de gálio, elas me disseram que eu era louco e um cientista tolo”, disse o Dr. Nakamura.
Mas ele não aceitou o pensamento convencional de que o seleneto de zinco era a única maneira de criar LEDs azuis. “Eu vi que estavam sendo publicados muitos artigos sobre o seleneto de zinco”, disse. “Mas tinham poucos sobre nitreto de gálio, então eu estava confiante de que poderia publicar muitos artigos nessa área.”
Ele viu uma oportunidade de impulsionar sua carreira – e o sucesso de seu empregador – desviando do convencional. É difícil se destacar fazendo o mesmo que os outros, principalmente quando você não é pioneiro na área.
Na pesquisa online “O que te motiva?“, da LeadershipIQ.com, foi descoberto que quase um quarto das pessoas são movidas pela sensação de segurança. Elas geralmente não gostam de mudanças e preferem continuidade, consistência e previsibilidade. Por outro lado, apenas 8% das pessoas são motivadas pela aventura, isto é, gostam de riscos, mudanças e incertezas, e aproveitam a oportunidade para serem os primeiros a fazer algo novo.
Embora esses números reflitam a população geral de trabalhadores, os executivos seniores têm duas vezes mais chances de serem motivados pela aventura. Você pode ser um gerente de sucesso seguindo o caminho já percorrido por outros, mas, para ser um grande líder (ou ganhar um Prêmio Nobel), geralmente é preciso seguir o caminho menos óbvio.
3. Saiba ouvir feedbacks negativos
O Dr. Michael Houghton, virologista da Faculdade de Medicina da Universidade de Alberta, no Canadá, ganhou o Prêmio Nobel pela descoberta do vírus da hepatite C (HCV).
Antes de publicar os artigos que o levaram ao Prêmio Nobel na revista Science, ele formou um comitê de revisão e sua equipe foi vista com ceticismo antes de ir a público. “Quando formamos o comitê de revisão de especialistas, fiquei surpreso que eles não ficaram imediatamente convencidos de que havíamos descoberto o vírus.”
É preciso coragem para ir atrás de pessoas que não estão convencidas de seu brilhantismo. A maioria de nós prefere ouvir feedback positivo do que críticas construtivas. Em um estudo sobre desenvolvimento de liderança, a Leadership IQ descobriu que apenas 27% dos funcionários afirmam que seu líder sempre incentiva e reconhece as sugestões de melhoria dadas.
Liderança não é sobre se sentir confortável, mas chegar à melhor solução possível, mesmo que isso envolva ouvir críticas duras. O estudo “Por que CEOs são demitidos“, também da LeadershipIQ.com, revela que um dos cinco principais motivos pelos quais CEOs perdem seus empregos é a incapacidade de receber críticas sobre seus produtos ou empresas. Grandes líderes reconhecem que é muito melhor ouvir esses feedbacks ruins de maneira imediata e direta do que continuar com um plano mal pensado ou falho.
* Mark Murphy é colaborador sênior da Forbes USA. Ele é escritor best-seller, palestrante e fundador da LeadershipIQ.com, uma empresa de capacitação em liderança corporativa.
(Traduzido por Gabriela Guido)