O primeiro cargo de liderança de Daniel Hummel foi como gerente de engenharia da Mars Petcare, dona das marcas Pedigree e Whiskas, à frente de 40 pessoas. Agora, ele assume a diretoria da fábrica da Royal Canin, também da Mars, liderando mais de 150 funcionários. Para chegar à liderança, o executivo foi intencional: assumiu projetos e equipes que o levariam aonde queria chegar. “É importante aproveitar todas as oportunidades, ainda que sejam na coordenação de pequenos grupos”, diz Hummel.
A experiência à frente de projetos e times menores deu a Hummel visibilidade e confiança para assumir equipes e desafios maiores futuramente. O executivo, que começou a carreira como estagiário na Unilever, em 2008, migrou para a Mars, voltou para a primeira empresa e depois retornou à Mars em 2019, como gerente de engenharia da Royal Canin. Nesse cargo, liderou equipes na fábrica de Descalvado, em São Paulo, atendendo aos mercados do Brasil, Chile e Argentina. “Participar de projetos estratégicos que acelerem sua curva de desenvolvimento e ter clareza da trilha de carreira almejada”, diz ele sobre o caminho para a liderança.
Ainda na Unilever, foi responsável pela reabertura de uma fábrica de sorvetes na Venezuela. Da experiência com diferentes mercados, desenvolveu adaptabilidade a culturas e formas de trabalho distintas. Engenheiro químico de formação, Hummel fala da sua trajetória e conta como ser intencional na sua carreira.
Leia também:
- Diretora do Bank of America fala do novo perfil do profissional de finanças
- VP de RH da Cielo: “Em vez de focar no futuro, priorizo o agora”
- CTO do Nubank mostra as principais habilidades para carreira em tech hoje
O C-Suite desta semana também traz movimentações nos setores de bebidas e eventos. Luciana Staciarini Batista é a nova presidente da Coca-Cola no Brasil e Cone Sul, Luis Lencioni assume como head de novos negócios da Sympla e Cecilia Mondino retorna ao Brasil como vice-presidente de marketing da Heineken.
Forbes: Ser líder foi algo que você buscou?
Daniel Hummel: Sim. Além da intencionalidade no desenvolvimento das competências de liderança, é importante aproveitar todas as oportunidades que aparecem para exercitar essa liderança, ainda que sejam na coordenação de pequenos grupos de trabalho, mas que te darão visibilidade e confiança para conseguir líderes de times mais complexos no futuro.
F: Quais as principais habilidades que você precisou desenvolver ao longo da carreira para assumir a liderança?
DH: Eu destacaria a visão estratégica, ou seja, a capacidade de enxergar a médio e longo prazo e compreender o cenário macroeconômico, as tendências de mercado e as oportunidades futuras. O engajamento de stakeholders, como uma habilidade de estabelecer e manter relacionamentos positivos com diversas partes interessadas, como clientes, parceiros de negócios, fornecedores e membros da equipe. Além disso, a liderança situacional, que é reconhecer que diferentes situações requerem diferentes estilos de liderança. A liderança situacional envolve adaptar-se ao contexto específico, às necessidades da equipe e à cultura organizacional para liderar de forma eficaz e inspirar o melhor desempenho de todos.
F: Em alguns momentos na sua trajetória você retornou à antiga empresa. Como esse movimento chamado hoje de “bumerangue” pode ser interessante para a carreira?
DH: No meu caso, esse movimento não foi intencional, mas, de alguma forma, ajudou a reduzir os riscos envolvidos em uma transição de carreira. Acho que ele pode ajudar a expandir o leque de oportunidades. Minha recomendação é priorizar as movimentações internas, desde que estejam alinhadas com o seu plano de carreira.
F: Como sua formação o ajudou a construir sua carreira? Tem momento certo para fazer um MBA?
DH: O curso de Engenharia Química me proporcionou uma visão sistêmica e sólida de processos industriais, que permite avaliar oportunidades de melhoria desde a cadeia de suprimentos até a distribuição aos clientes. O MBA deve ser realizado para ajudar o profissional na sua preparação para se tornar um bom líder, mas é importante que já tenha uma experiência de pelo menos dois ou três anos para que consiga realmente vivenciar e absorver as disciplinas do curso.
F: O que você indica para quem tem a ambição de chegar à liderança?
DH: Investir no desenvolvimento das competências de liderança, participar de projetos estratégicos que acelerem sua curva de desenvolvimento e ter clareza da trilha de carreira almejada.
F: O que você gostaria de ter ouvido no início da carreira que poderia ter feito a diferença?
DH: Não subestimar a importância da construção de um bom network [rede de contatos], tanto interno como externo, e da comunicação efetiva para o sucesso e o reconhecimento do seu trabalho. Além disso, buscar sempre clareza do seu propósito pessoal e como ele se conecta com sua trilha de carreira ajuda muito na motivação e intencionalidade para alcançar os objetivos traçados.
Por quais empresas passou
Unilever e Mars
Formação
Engenheiro Químico
Primeiro emprego
Estagiário de Engenharia de projetos na Unilever
Primeiro cargo de liderança
Gerente de Engenharia na Mars
Tempo de carreira
15 anos e meio
Veja, abaixo, outras movimentações C-Level que ocorreram nos últimos 15 dias.
-
Luciana Staciarini Batista acaba de assumir a presidência da Coca-Cola no Brasil e Cone Sul, que inclui Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. A executiva tem mais de 20 anos de carreira em multinacionais e passou os últimos 16 anos na consultoria global Bain & Company, de onde era sócia. Luciana substitui Luis Felipe Avellar, que assumiu a divisão do México.
-
A Sympla nomeou Luis Lencioni como head da área recém-criada de novos negócios e parcerias. Lencioni possui mais de 20 anos de experiência no mercado de entretenimento, ficou mais de 10 anos na Sony Music e também passou pela Eventim Brasil, D+3 Produções e Dream Factory, além de ter atuado em projetos e turnês de grandes artistas.
-
Após três anos na liderança global de marcas internacionais de cerveja e de inovações na sede da Heineken na Holanda, Cecilia Bottai Mondino retorna à operação brasileira e assume a posição de vice-presidente de marketing da cervejaria. A executiva iniciou sua carreira na Danone, onde trabalhou durante 14 anos na área de marketing das operações Brasil e França. Antes de trabalhar na Heineken, atuou como diretora das marcas Sadia e Perdigão, da BRF. Ela começa no novo cargo em setembro, quando Nabil Nasser, atual vice-presidente de marketing, deixa o país para assumir a liderança global das marcas Amstel e Heineken em Amsterdã.
-
A Privalia anuncia a chegada de Mauro Pimenta como CFO da companhia. O executivo, que tem mais de 15 anos de carreira, acumula passagens por grandes companhias, como Deloitte, Brookfield, Kopenhagen e Natura.
-
Anúncio publicitário -
Fernanda Arechavaleta é a nova diretora de marketing e reputação da Centauro. A executiva atuava como diretora de design Insights e marca no Grupo SBF, dono da Centauro, há quase dois anos. Antes disso, trabalhou no marketing da B3 e do Banco Santander, onde ficou por quase 10 anos.
-
Leonardo Barros é o novo diretor de novos negócios da HR Tech Sólides. Fundador do Tangerino, adquirida no ano passado pela Sólides, Barros tem mais de 20 anos de carreira no mercado tecnológico. Além do Tangerino, o executivo fundou outras empresas de tecnologia e gestão.
-
A Nuvemshop, plataforma para criação de lojas virtuais, anuncia a chegada de Gabriela Cañas como diretora global de pessoas e cultura. A executiva será a nova responsável por liderar a área no Brasil, Argentina, México e Colômbia. Antes disso, a executiva foi head de people operations na Loft e também teve passagens pela Coca-Cola Femsa e Suzano.
-
O executivo tem experiência internacional e já atuou nas áreas de vendas, negócios, operações, monetização e marketing. Além disso, trabalhou diretamente com o mercado de jogos nas passagens pela Ankama Games e Riot Games.
-
A Docket, legaltech brasileira, anuncia Liliana Bauer como sua nova diretora de marketing. Com mais de 20 anos de carreira, Bauer acumula passagens por grandes multinacionais como Citibank, Coca-Cola, HSBC e Bradesco.
Luciana Staciarini Batista acaba de assumir a presidência da Coca-Cola no Brasil e Cone Sul, que inclui Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. A executiva tem mais de 20 anos de carreira em multinacionais e passou os últimos 16 anos na consultoria global Bain & Company, de onde era sócia. Luciana substitui Luis Felipe Avellar, que assumiu a divisão do México.