As demissões em massa de empresas ligadas à tecnologia, desde startups em geral até as Big Techs – como Meta, Apple, X (ex-Twitter) e Nubank –, não parecem ter diminuído o interesse dos brasileiros em trabalhar no setor.
Dos mais de 180 profissionais que participaram de um levantamento da edtech Cubos Academy, 97,6% estão interessados nas oportunidades que a área oferece e 94,5% considera migrar de carreira para atuar em TI. “”Mesmo com os desafios econômicos, layoffs e condutas empresariais mais conservadores, a área segue sendo uma das melhores para se ingressar”, diz José Messias Júnior, CEO da Cubos Academy.
Apesar da alta busca por vagas, há uma lacuna entre a demanda e a formação dos profissionais, segundo levantamento do Google com a Abstartups (Associação Brasileira de Startups). Enquanto o mercado precisa de 159 mil profissionais de tecnologia brasileiros a cada ano, só 53 mil pessoas com essas habilidades são formadas nesse período.
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Ainda que o mercado de tecnologia seja um dos mais aquecidos do Brasil, é importante ressaltar que o cenário mudou e apresenta desafios como as demissões em massa, desaceleramento das startups e maior exigência de habilidades e preparo dos candidatos. “Em 2020 vivenciamos o ‘boom’ do setor: muitas vagas abertas, salários enormes e uma procura massiva por novos profissionais. Podemos dizer que hoje o mercado de TI está mais equilibrado”, diz Messias Júnior.
Embora a área de tecnologia ganhe destaque por ser uma das mais promissoras no aspecto financeiro, os respondentes da pesquisa têm outras prioridades. A maioria dos participantes (58,5%) considera a carreira de TI mais atrativa pela flexibilidade e possibilidade de trabalhar remotamente. Outro aspecto valorizado pelos entrevistados é o interesse por desenvolver as atividades da área e estar inserido no cenário de inovação nacional (23,8%) e, por último, o retorno financeiro e fácil colocação no mercado (14,6%).
Interesse das novas gerações pelo mercado de tecnologia
A maioria dos participantes do levantamento tem entre 25 e 30 anos (32%), ensino superior completo (42%), mais de seis anos de experiência (34%) e renda mensal de até R$ 1,8 mil (34%). E para esses jovens, a área de tecnologia parece ser a opção mais intuitiva no que diz respeito à flexibilidade, bons salários e satisfação pessoal. 41,5% dos entrevistados não atua na área de TI, outros 35,4% dizem que é apenas questão de tempo até ingressarem na área e 73,2% já estão estudando para entrarem nesse mercado.
Mesmo com os jovens entre os mais interessados em oportunidades de tecnologia, remunerações atraentes não estão entre as principais fontes de atração desses profissionais. “Se antes, um bom salário já bastava para atrair os millennials, agora, a geração Z fez um ‘upgrade’ nos aspectos relacionais do trabalho”, diz Rafaela Assis, head de carreira e RH da Cubos Academy. “Esses jovens priorizam a qualidade de vida, flexibilidade e valorização de suas funções.”