Há 24 anos, quando entrou na Kimberly-Clark, Cláudio Vilardo não imaginava chegar ao cargo mais alto, mas essa ambição foi sendo desenhada conforme crescia na empresa. “O longo tempo de casa e o amplo conhecimento da estratégia comercial da companhia foram pontos que me destacaram para assumir esse desafio”, analisa Vilardo, que também liderou a empresa de forma interina durante a pandemia.
O executivo assume este mês como CEO da multinacional de bens de consumo, presente em mais de 170 países e dona de marcas como Huggies e Intimus, sucedendo a executiva Andrea Rolim, que estava no cargo há pouco mais de três anos.
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Durante as mais de duas décadas na empresa, Vilardo se desenvolveu no setor comercial, em posições nacionais e regionais. Antes disso, foi executivo de vendas na multinacional de tecnologia 3M, onde iniciou a carreira como trainee de marketing. “A veia comercial sempre esteve presente na minha vida”, diz ele, que ainda criança vendia na praia os geladinhos que fazia, buscando entender e se aproximar do consumidor.
Aqui, Vilardo diz como construiu sua carreira e como as interações com diferentes áreas e pessoas de diversos países fizeram a diferença para chegar ao cargo de CEO no Brasil, à frente de 3.000 colaboradores.
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Forbes: O que você acredita que te destacou para assumir o cargo?
Cláudio Vilardo: Acredito que o longo tempo de casa e o amplo conhecimento da estratégia comercial da companhia foram pontos que me destacaram para assumir esse desafio. Tive o privilégio de acompanhar diversas fases da Kimberly-Clark. Atuei em momentos difíceis, como a pandemia, quando assumi o desafio de liderar de forma interina o Brasil, como também conquistas memoráveis que resultaram na criação de uma área integrada de Transformação Comercial regional.
Tenho a convicção de que conhecer as pessoas e trabalhar com elas em direção a um propósito comum foi o diferencial para chegar nessa posição. Assim como a interação com diferentes culturas e países, que me trouxe uma perspectiva única, moldando não apenas o meu trabalho, mas também a minha visão de mundo.
F: Qual a importância de ter uma longa carreira na empresa para assumir um cargo de alta liderança?
CV: A Kimberly-Clark faz parte da minha história. Passei metade da minha vida aqui. À medida que avançava em meus desafios profissionais, pude contribuir para que a companhia avançasse em sua estratégia de expansão, tanto no Brasil quanto na região. Todas essas vivências me prepararam para cada desafio que assumi dentro da empresa e esse conhecimento da trajetória me permite tomar decisões mais assertivas para o sucesso da companhia, identificando processos e metas que fazem sentido com mais facilidade.
F: Como sua formação te ajudou a construir a carreira?
CV: No momento em que optei por me dedicar à comunicação social e marketing e, posteriormente, me especializar em administração de empresas, consegui unificar o que realmente mais gostava, que é estar com pessoas e me dedicar à formação de times de alta performance. O fato de ter experiências por diversos países na América Latina no início da minha carreira também me possibilitou ampliar meu conhecimento com experiências que fortaleceram minha trajetória.
F: Quais habilidades você precisou desenvolver ao longo da trajetória profissional?
CV: Além de investir em capacitação para administração e gestão, eu aperfeiçoei idiomas, como o espanhol, já que assumi um cargo regional por quase três anos. Recentemente, ampliei meus conhecimentos digitais por meio de cursos especializados no exterior.
Conhecimento é fundamental para avançar tanto pessoal quanto profissionalmente. Ao longo da minha trajetória, sempre busquei me desenvolver para entregar os melhores resultados para minhas equipes.
F: Você fez um plano de carreira? Imaginava ou queria chegar à posição que ocupa hoje?
CV: Há 24 anos, quando ingressei na companhia, não imaginava que chegaria a ser CEO. No entanto, eu vivenciei a preocupação da Kimberly-Clark com o desenvolvimento e a evolução dos colaboradores, e ao longo da minha trajetória esse sonho foi se desenhando a cada nova oportunidade, aprendizado e desafio.
Claro que quando você vai evoluindo na carreira, e consegue equilibrar suas aspirações profissionais com qualidade de vida pessoal e familiar, começa a aspirar e se preparar para momentos como o que estou vivendo hoje. Acredito que fui amadurecendo e me aproximando dessa posição.
F: No seu LinkedIn, você diz que tem um estilo de liderança servidora. Qual sua estratégia de gestão de pessoas?
CV: Acredito que o meu perfil combina muito com a cultura da Kimberly-Clark. Minha gestão tem como característica a conexão com os colaboradores. Gosto de estar próximo e conhecer a jornada das pessoas, além do profissional.
Assim como a companhia tem uma estratégia de proximidade com o consumidor, sempre ouvindo e dialogando empaticamente, gosto de pensar que isso precisa ser uma prática que acontece de dentro para fora e que meu papel como líder é de conhecer e ressaltar as melhores qualidades dos colaboradores para que eles possam ser quem verdadeiramente são e sejam valorizados por isso.
Desenvolver um ambiente onde todos sejam incluídos e inspirados a realizar seu melhor trabalho e onde as diferenças sejam valorizadas é essencial para o nosso sucesso.
F: A liderança foi algo que você buscou?
CV: A liderança aconteceu como consequência da minha jornada profissional. Desde a época de colégio e faculdade gostava de estar à frente de temas comuns que poderiam gerar transformações.
Dessa forma, quando iniciei minha carreira, me deparei com situações que me proporcionaram desenvolver habilidades de liderança. Ter experiências de funções, áreas de negociações e regiões onde trabalhei me ajudou a evoluir e sigo nesse aprimoramento todos os dias.
F: O que gostaria de ter ouvido no início da carreira que poderia ter feito a diferença?
CV: Desde o início, tive a sorte de me deparar com excelentes líderes. Hoje vejo que seguir e ser exemplo para a minha equipe, o “walk the talk”, poderia ter me adiantado algumas etapas na minha carreira e é algo que, como líder, eu não abro mão.
F: Quais as 5 principais características e habilidades você busca em um profissional para a sua equipe?
CV: Há várias características e habilidades que valorizo quando estou formando e liderando equipes. Dentre elas eu destaco:
- Saber trabalhar em equipe: profissionais que entendem e praticam o sucesso coletivo antes do individual;
- Colocar o cliente no centro: sem dúvida, estar conectado com os consumidores e clientes é um fator de sobrevivência aos profissionais;
- Jogar para ganhar: busco estar em times que almejam transformar e superar os resultados esperados;
- Melhoria Contínua: a busca pelo aprimoramento do time e do indivíduo é essencial dentro de um contexto cada vez mais rápido e digitalizado;
- Equilíbrio entre a entrega e a vida pessoal: nunca me deparei com situações nas quais o profissional que não estava bem com seus temas pessoais conseguia entregar resultados e agregar e engajar com os times que participava.
Por quais empresas passou
Comecei minha carreira como estagiário na IBM, passei pela 3M, onde atuei por quase dois anos, e na sequência ingressei na Kimberly-Clark, onde estou há 24 anos.
Formação
Marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), MBA em Administração e Gestão de Empresas pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e mestrado em Administração de Empresas pela FIA
Primeiro emprego
Após quase um ano e meio de estágio em marketing na IBM, iniciei minha carreira na 3M, em 1998, como trainee de marketing e logo como executivo de vendas. Na mesma empresa também ocupei a posição de executivo de trade marketing.
Primeiro cargo de liderança
Meu primeiro cargo de liderança foi na Kimberly-Clark, como diretor de vendas da divisão norte e nordeste.
Tempo de carreira
Mais de 25 anos
Veja, abaixo, outras movimentações C-Level que ocorreram nos últimos 15 dias.
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A Visa anuncia Carla Mita como nova vice-presidente de marketing para o Brasil. Em seus mais de 25 anos de experiência nos setores de seguros, pagamentos e mercado financeiro, atuou em empresas como Credicard, Santander, HSBC, Bradesco e Porto Seguro.
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Rafael Corrêa é o novo head de comunicação global do Nubank. Com 20 anos de carreira, o jornalista começou trabalhando na revista Veja e passou pela Rede Globo antes de trabalhar na comunicação do Google, onde estava como diretor de comunicação e relações públicas.
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Viviane Besani é a nova diretora de recursos humanos da Diageo Brasil. Com mais de 20 anos de experiência, a executiva passou duas décadas na Unilever e liderada a área de comunicação e sustentabilidade na seguradora BNP Paribas Cardif.
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Rodrigo Terron é o novo Chief Growth Officer da Lumx, startup especializada em fornecer infraestrutura blockchain. O executivo é Forbes Under 30, foi CEO da Rocketseat, plataforma de educação em tecnologia, após a fusão com a Shawee, empresa da qual foi fundador. Também é investidor de startups e conselheiro da equipe de e-sports Los Grandes.
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Marcela Bhering é a nova diretora associada de planejamento estratégico e inovação da Merz Aesthetics na América Latina. A executiva está na empresa há mais de seis anos e também já passou pela Alere, Oracle e Galderma.
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Graciela Mognol e Juliana Justi são as duas novas diretoras da BASF na divisão de agricultura. Graciela tem 23 anos de experiência em vendas e marketing e retorna à empresa para assumir a posição de diretora de marketing para o sistema de cultivo de soja. Juliana Justi tem 23 anos de BASF e foi promovida a diretora de RH da divisão na América Latina.
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A EZTEC, de incorporação e construção, anuncia a chegada de Cristiane Giansante como nova diretora de pessoas. Sua carreira inclui passagens por empresas como Braskem, Atvos e Novonor.
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