Com a chegada de um novo ano, muitos de nós começamos a estabelecer metas para buscar nossa melhor versão, pessoal e profissional. Embora isso seja uma tradição, o sucesso muitas vezes parece fora de alcance a longo prazo. Por que temos dificuldade em cumprir nossas metas? A resposta pode estar em como as formulamos.
De acordo com estudos, pessoas que estabelecem metas focadas em adotar novos hábitos ou introduzir mudanças positivas têm significativamente mais sucesso do que aquelas que definem metas para evitar certos comportamentos. Uma pesquisa de 2020 revelou que 58,9% dos participantes que fizeram resoluções focadas em alcançar um objetivo ou fazer algo novo tiveram sucesso, em comparação com apenas 47,1% daqueles com metas focadas em evitar algo.
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Aplicando esse princípio, é possível formular resoluções de ano novo que tenham mais chance de sucesso.
A ciência por trás das resoluções de ano novo
O que explica o resultado dessa pesquisa é a forma como o cérebro responde a quadros positivos versus negativos. Metas de abordagem positiva ativam o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina, o neurotransmissor associado à motivação e ao prazer. Quando você busca adicionar algo positivo à sua vida, seu cérebro recompensa as pequenas conquistas ao longo do caminho, reforçando o comportamento e aumentando as chances de sucesso a longo prazo.
Por outro lado, metas estabelecidas de forma negativa, ou seja, que envolvem evitar ou deixar de fazer algo, como parar de fumar ou de procrastinar, podem ativar a resposta ao estresse no cérebro. Esse foco no que não fazer gera pressão e muitas vezes leva a sentimentos negativos, como culpa ou frustração, minando a motivação.
Por exemplo, em vez de decidir “parar de comer fast food”, reformule para “comer mais frutas e vegetais frescos” (uma meta de abordagem positiva).
Por que isso importa para os líderes
Esse princípio não se aplica apenas a resoluções pessoais – também é crucial para o sucesso de líderes e organizações. Executivos que formulam metas para as suas equipes de forma positiva, enfatizando o que alcançar em vez do que evitar, inspiram maior motivação e comprometimento.
Por exemplo, em vez de dizer: “Vamos evitar atrasos nos prazos”, um líder poderia enquadrar a meta como: “Vamos entregar projetos consistentemente antes do prazo”.
Como estabelecer metas para 2025
Para aplicar essas ideias às suas resoluções de Ano Novo, ou a qualquer processo de definição de metas, considere as seguintes etapas:
- Foque na adição, não na subtração: Estabeleça suas metas com base no que você deseja adicionar à sua vida, em vez do que quer eliminar. Por exemplo, em vez de “passar menos tempo nas redes sociais”, tente “passar mais tempo conectado com amigos e familiares offline”.
- Seja específico e prático: Defina claramente o que significa sucesso e as ações que você tomará para alcançá-lo. Uma resolução vaga como “ser mais saudável” é menos eficaz do que uma específica como “fazer caminhadas de 30 minutos cinco vezes por semana”.
- Comemore pequenas conquistas: Divida sua meta em marcos menores e comemore o progresso ao longo do caminho. Cada vitória libera dopamina, reforçando seu comprometimento.
- Visualize o sucesso: Imagine como alcançar sua meta impactará positivamente sua vida. A visualização ativa os mesmos circuitos neurais envolvidos na realização real das metas
O impacto do pensamento positivo
Além das resoluções pessoais, essa abordagem na definição de metas pode gerar efeitos positivos em todos os aspectos da vida. Famílias podem usá-la para incentivar hábitos saudáveis em casa. Equipes podem adotá-la para promover criatividade e colaboração. Até mesmo grandes empresas podem se beneficiar ao enfatizar o enquadramento positivo em suas estratégias e comunicações.
O segredo é se alinhar à forma como os nossos cérebros naturalmente respondem à motivação. Ao focar no que você deseja alcançar, em vez do que deseja evitar, você aumenta suas chances de sucesso.
*Scott Hutcheson é colaborador da Forbes USA. Ele é escritor, professor de liderança em engenharia e tecnologia na Universidade Purdue e cofundador da Hutcheson Associates.