A cadeira de CEO carrega grande prestígio, mas também pode ser bastante solitária. Mesmo altos executivos enfrentam dúvidas e inseguranças sobre suas trajetórias, as decisões de gestão que tomam e o impacto que essas escolhas terão no futuro de suas empresas.
Os líderes têm a seu dispor uma infinidade de métricas financeiras, operacionais e organizacionais para analisar. No entanto, muitas vezes falta clareza sobre como efetivamente influenciar essas métricas.
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Nos últimos dois anos, os sócios da consultoria McKinsey Carolyn Dewar, Scott Keller e Vikram Malhotra, autores do livro “CEO Excellence: The Six Mindsets That Distinguish the Best Leaders from the Rest” (Excelência do CEO: As seis mentalidades que distinguem os melhores líderes dos demais), ficaram surpresos com a frequência de pedidos de executivos de grandes empresas por uma checklist que possibilitasse avaliar sua gestão em tempo real.
Em resposta, sintetizaram como as mentalidades que sustentam a “Excelência do CEO” podem ser aplicadas às seis principais responsabilidades do papel do CEO:
São elas:
O grupo se baseou em entrevistas com mais de 70 dos CEOs mais bem-sucedidos do século 21, incluindo nomes como Satya Nadella, da Microsoft, Jamie Dimon, do JPMorgan Chase, Marillyn Hewson, da Lockheed Martin, Kaz Hirai, da Sony, e Ken Chenault, da American Express.
O resultado é uma checklist com 18 perguntas que ajuda CEOs a garantir que estão conduzindo a execução de forma eficaz, alinhando a organização e cumprindo suas responsabilidades de liderança.
Se você é CEO e deseja avaliar sua gestão ou está buscando assumir esse cargo, confira a checklist abaixo. Também é possível baixar a lista, disponível no site da McKinsey.
18 perguntas que todo CEO precisa responder
Definição da direção
- 1. Visão: Temos uma visão clara e convincente que reformula o que significa vencer, e ela é compartilhada por toda a empresa?
- 2. Estratégia: Elaboramos uma lista objetiva com grandes ações claramente definidas no nível da empresa que nos diferenciarão dos concorrentes?
- 3. Alocação de recursos: Estamos “pensando como alguém de fora” para realocar ativamente recursos (como dinheiro, pessoas e atenção da gestão) para nossas maiores prioridades, mesmo quando isso é difícil?
Alinhamento da organização
- 4. Cultura: Cultura: Estamos identificando e buscando sistematicamente áreas específicas de mudança cultural para executar melhor nossa estratégia?
- 5. Design organizacional: Nossa organização é caracterizada por um equilíbrio entre estabilidade e agilidade que maximiza a velocidade e a eficácia da execução?
- 6. Talento: As funções que mais geram valor em nossa organização estão ocupadas pelas pessoas certas e há um pipeline de liderança sólido?
Mobilização da liderança
- 7. Composição da equipe: Minha equipe sênior tem o tamanho adequado, é composta por pessoas com habilidades complementares e é caracterizada por uma mentalidade de “empresa em primeiro lugar”?
- 8. Trabalho em equipe: Minha equipe sênior usa dados e diálogo de forma eficaz para tomar decisões oportunas sobre assuntos que somente eles podem abordar?
- 9. Ritmo operacional: Minha equipe sênior tem um ritmo operacional anual eficaz e uma cadência de revisão de negócios que impulsiona a execução e minimiza surpresas?
Engajamento do conselho
- 10. Relacionamentos: Eu construí confiança com os membros do meu conselho sendo “radicalmente transparente” e demonstrando interesse nas opiniões deles?
- 11. Capacidades: Temos os perfis certos no conselho e estamos educando os diretores e envolvendo-os para ajudar onde for possível?
- 12. Reuniões do conselho: As sessões do conselho são bem preparadas, conduzidas de forma eficaz e focadas no futuro (indo além dos tópicos fiduciários)?
Conexão com stakeholders externos
- 13. Propósito: Estamos claros sobre o impacto que desejamos alcançar (nosso “porquê”) e o incorporamos no cerne da gestão do negócio?
- 14. Interações: Compreendemos completamente as necessidades dos nossos stakeholders (o porquê deles) e encontramos pontos construtivos em comum com eles?
- 15. Hora da verdade: Construímos resiliência antes de quaisquer crises potenciais para que possamos mitigar o seu impacto e utilizá-las para desbloquear oportunidades?
Eficácia pessoal
- 16. Tempo e energia: Eu gerencio bem meu tempo e energia? Tenho o apoio necessário para me ajudar a fazer com sucesso e de forma sustentável aquilo que só eu posso fazer como CEO?
- 17. Modelo de liderança: Eu estou liderando de forma autêntica de acordo com as minhas convicções e valores, enquanto ajusto meu comportamento às necessidades da organização?
- 18. Perspectiva: Abordo a minha posição com humildade, focando em ajudar os outros a terem sucesso e melhorando continuamente?
Cuidado com o “viés de otimismo”
A autoavaliação nem sempre é algo simples ou confiável. O “viés de otimismo” explica por que, por exemplo, 86% dos CEO acreditam que atuam como um modelo positivo para seus funcionários, enquanto apenas 53% dos seus liderados diretos concordam.
Para evitar vieses, é recomendável pedir feedback a líderes, antigos colegas, membros do conselho ou da equipe executiva e outros confidentes que possam fazer uma avaliação honesta com base nas perguntas acima.