
A Microsoft está demitindo 3% de sua força de trabalho — aproximadamente 7 mil funcionários — informou a CNBC nesta terça-feira (13), à medida que a gigante da tecnologia busca conter custos, enquanto investe bilhões de dólares em sua aposta na inteligência artificial.
Segundo a reportagem, que cita um comunicado da própria empresa, os cortes atingirão todos os níveis e regiões geográficas e devem ser os maiores desde que a Microsoft demitiu 10 mil funcionários em 2023.
A Microsoft já havia dispensado um pequeno número de funcionários em janeiro, por questões relacionadas a desempenho. No entanto, segundo a CNBC, as demissões atuais não têm relação com isso e visam principalmente enxugar camadas de gestão.
A empresa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters. Suas ações estavam em leve queda durante a manhã.
Nova onda de IA na Microsoft
As gigantes de tecnologia vêm gastando pesadamente com a nova onda de IA, vista como motor essencial de crescimento, ao mesmo tempo em que cortam custos em outras áreas para proteger as margens de lucro. O Google, por exemplo, também demitiu centenas de funcionários no último ano, com o mesmo objetivo de controlar despesas e priorizar a inteligência artificial, segundo reportagens da imprensa.
A decisão da Microsoft ocorre poucas semanas depois de a empresa apresentar um crescimento acima do esperado em sua divisão de computação em nuvem Azure, com resultados expressivos no último trimestre, o que ajudou a acalmar os investidores em meio à instabilidade econômica.
No entanto, o custo de expansão da infraestrutura de IA tem pressionado a lucratividade da empresa: a margem da Microsoft Cloud caiu de 72% para 69% no trimestre encerrado em março. A margem bruta total também recuou de 70% para 69% no mesmo período.
A Microsoft destinou US$ 80 bilhões (R$ 450 bilhões) em investimentos de capital neste ano fiscal, sendo a maior parte voltada para ampliar seus data centers e aliviar gargalos de capacidade para serviços baseados em inteligência artificial.
Segundo o analista Gil Luria, da D.A. Davidson, as demissões mostram que a Microsoft está “gerenciando de forma muito rigorosa” a pressão nas margens provocada pelos altos investimentos em IA. “Acreditamos que, a cada ano em que a Microsoft mantiver esse nível de investimento, será necessário reduzir o quadro em pelo menos 10 mil funcionários para compensar os altos níveis de depreciação gerados pelos gastos de capital.”
De acordo com o relatório anual da empresa, a Microsoft contava com 228 mil funcionários até junho do ano passado, sendo 126 mil nos Estados Unidos.