A Natura, indústria de cosméticos que atua no modelo de vendas diretas, comemorou ontem a conquista da certificação B Corp – criada em 2006, nos Estados Unidos, para definir as corporações que usam seu negócio para desenvolver toda cadeia e comunidade no entorno. Segundo o B-Level, criador do conceito, a fabricante brasileira é a primeira B Corp de capital aberto da América Latina e a maior do mundo em receita e número de colaboradores. Em paralelo a essa conquista e pensando na longevidade da empresa, a Natura traçou seus planos para 2050, com diretrizes que nortearão a atuação empresarial no médio e longo prazo, a exemplo das ambições e dos compromissos até 2020. “O movimento de criação de valor para toda sociedade é inevitável. E a Natura tem uma história de geração de valor para além dos acionistas. Em nosso desejo de ‘subir a régua’, ousamos pensar no negócio em 2050”, conta João Paulo Ferreira, vice-presidente comercial e de sustentabilidade da Natura. Ele explica que os projetos vão além das reduções e compensações tradicionais do mercado e envolverão marcas e produtos, redes de relacionamento, gestão e organização, consultores, colaboradores, comunidades, fornecedores, produção e distribuição (formulação e embalagens, resíduos), dentre outros pontos. Em embalagens, a meta para 2020 é utilizar no mínimo 75% de material reciclável na massa total das embalagens (56% em 2013). Já na formulação, a ideia é que 30% dos insumos consumidos pela Natura em valor venham da região Pan-amazônica (13,4% em 2013). Na parte de energia, o objetivo é implementar uma estratégia para aumento do consumo de energia renovável. Já em resíduos, o plano é implementar sistema de logística reversa que permita coletar, em toneladas equivalentes, 50% da quantidade de resíduos gerados pelas embalagens. “Para a Natura, sustentabilidade é o motor da inovação, o que pode ser visto nas linhas Ekos, Sou e Mamãe e Bebê, por exemplo”, diz Ferreira. Na prática, essa inovação se converte em vendas.