O panetone é um belo exemplo de como a culinária italiana ganhou o mundo. O consumo desse bolo de Natal era uma tradição restrita as famílias milanesas até o começo do século XX, quando a produção foi industrializada. Logo, o hábito se globalizou.
Hoje o panetone é indissociável dos ritos natalinos em várias partes do mundo. Conta-se, numa das versões mais difundidas para explicar sua origem, que ele foi criado no século XV, ao final de um jantar no castelo da família Sforza, quando o chef percebeu que havia deixado queimar no forno a sobremesa da noite. Desesperado, foi salvo pelo ajudante de cozinha, que havia feito um pão com restos de ingredientes usados em outros pratos. O resultado fez um enorme sucesso e o cozinheiro humildemente admitiu que o mérito era de seu colaborador, que chamava-se Toni (pão do Toni).
De modo geral, costumam-se manter os princípios básicos da receita original: a massa, de consistência extremamente macia, é enriquecida com açúcar, manteiga, mel e ovos, perfumada com baunilha ou licores e salpicada de frutas secas e cascas de frutas cristalizadas.
Um costume milanês consiste em guardar um pedaço do bolo natalino até o dia 3 de fevereiro, dia de São Biagio. Crê-se que comer a fatia, que adquire a casca dura, no dia do santo traz boa sorte ao ano que se inicia.