O módulo de aterrissagem Schiapareli, parte da missão ExoMars comandada pela Agência Espacial Europeia (ESA) e Rússia, deveria ter aterrissado na superfície de Marte nesta quarta-feira (19), mas algo deu errado.
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A ESA recebeu um sinal falho, mas constante do módulo de aterrissagem no processo de descida na superfície, mas nos momentos finais antes da aterrissagem, quando o equipamento deveria emitir seus propulsores, o sinal foi perdido.
O gerente de operações espaciais da ESA Andrea Accomazzo disse à imprensa que o Schiapareli parou de transmitir sinais aproximadamente 50 segundos antes da hora esperada para o pouso.
Os gerentes da missão analisaram dados do Mars Express da ESA que está orbitando o planeta, mas eles eram inconclusivos.
No comunicado à imprensa, a agência enfatizou que o propósito do módulo de aterrissagem era coletar dados, e nisso fora bem sucedido. “Do ponto de vista da engenharia, se o que queríamos era um teste, temos dados valiosos em que poderemos trabalhar. Teremos um comitê para se aprofundar nos dados”, afirmou David Parker, diretor de viagens espaciais humanas e exploração robótica.
O pouso do Schiapareli teria sido a oitava missão bem sucedida da história na superfície do planeta vermelho e a primeira da ESA. Todos os módulos de aterrissagem e veículos orbitais enviados a Marte foram missões da NASA, além do veículo Mars 3 da União Soviética lançado nos anos 1970. No momento, os veículos orbitais da NASA “Curiosity” e “Opportunity” ainda estão funcionando no planeta.
A missão ExoMars tem como objetivo descobrir se há ou já houve vida em Marte ao explorar a fina atmosfera do planeta a procura de gases que poderiam indicar assinaturas biológicas ou geológicas.
A sonda Trace Gas Orbiter enviada a Marte junto com o Schiaparelli como parte da missão conseguiu orbitar ao redor do planeta como esperado nesta quarta feira (19). Este veículo espacial será usado para enviar dados sobre as moléculas que encontrará na atmosfera marciana.
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O Schiaparelli chegou a abrir seu paraquedas e jatos, o que significa que o módulo de aterrissagem conseguiu chegar até metade do caminho até a superfície de Marte. Isso dá aos cientistas uma ideia do que pode ser feito para melhorar as chances de aterrissagem na próxima vez.
Agora que a ESA está ciente de como funcionam os paraquedas, jatos e demais tecnologias ao tentar pousar em Marte, as informações serão usadas na construção dos módulos de aterrissagem para a segunda parte da missão ExoMars no início de 2020.