A abóbora, uma tradição do Halloween, ganha uma nova versão às vésperas da eleição presidencial americana deste ano.
Ela tem um formato arredondado, coloração alaranjada e é um dos principais itens de decoração que adornam a porta de milhões de lares americanos durante os festejos do dia das bruxas, que acontece todos os anos no dia 31 de outubro. A abóbora – pumpkin em inglês – esculpida com feições monstruosas rudimentares e iluminada por velas em seu interior (no que é conhecido como “Jack-o’-lantern”, uma tradição secular para espantar os maus espíritos) reaparece em 2016 numa versão que já havia aparecido em 2015, mas desta vez com contornos ainda mais assustadores. Trata-se da Trumpkin, ou a Pumpkin do Donald Trump.
A indiscutível semelhança entre a coloração da pele e do cabelo do candidato republicano e a do fruto favoreceram a proliferação dessa variante “Donald Trumpkin” que viralizou nas redes sociais e é vista tanto nas portas de casas de seus simpatizantes – graciosamente decoradas – quanto de seus opositores – que as deixam apodrecer ou as destroem a marteladas, devidamente registradas em vídeo para a posteridade da internet.
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O que no Halloween passado parecia apenas uma brincadeira engraçada ganhou proporções aterrorizantes, com as eleições presidenciais americanas se aproximando. Afinal de contas, nem mesmo o mais otimista dos fãs do candidato imaginaria, há um ano, que Trump estaria disputando o posto de inquilino do número 1600 da Pennsylvania Avenue em Washington, menos ainda que teria condições reais de vitória – hoje, é bem verdade, um pouco menores depois da sucessão de denúncias de possíveis abusos cometidos contra mulheres que vieram a público nos últimos dias.
O medo, real, de que o candidato de pavio curto e língua solta venha comandar a maior superpotência do mundo fará com que uma grande parcela daquela nação – e do mundo todo – continue respirando de forma ofegante até bem depois do dia das bruxas, numa torcida coletiva de que tudo isso não tenha passado de uma grande travessura de Halloween e que a Trumpkin não seja uma tendência no outono do ano que vem.
God bless America!
*Antonio Camarotti é Publisher/CEO de FORBES Brasil
Texto publicado na edição 46 de FORBES Brasil, de outubro de 2016