Na última Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, realizada em fevereiro deste ano, Bill Gates falou sobre as epidemias devastadoras que podem invadir o mundo nos próximos anos. Entre doenças como a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), Ebola e Zika, o bilionário afirma que precisamos ser cuidadosos e fazer um bom planejamento para suavizar os riscos de cada uma dessas ameaças.
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Agora, o homem mais rico do mundo pretende investir no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor no Brasil de zika, dengue e chikungunya. Gates, o fundador da Microsoft, revelou ontem (18), em Genebra, Suíça, que estabeleceu um acordo com o governo e outras entidades dos Estados Unidos no ano passado para doar US$ 18 milhões para pesquisas de modificação genética dos mosquitos, com o objetivo de torná-los estéreis.
Assessores de Gates dizem que esta pode ser a iniciativa de saúde de maior impacto da Gates Foundation, organização que já investiu mais de US$ 500 milhões no combate de doençasPara o jornal “O Estado de S. Paulo”, o bilionário afirmou que os testes estão sendo feitos principalmente na Antioquia (Colômbia), no Rio de Janeiro e na Indonésia, e que os cientistas já observaram resultados positivos em países tropicais, como o Vietnã. Os assessores de Gates já apontaram que essa pode ser a iniciativa de saúde de maior impacto da Gates Foundation, organização que já investiu mais de US$ 500 milhões no combate de doenças.
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O plano dos cientistas é colocar a bactéria Wolbachia no mosquito. A partir disso, as próximas gerações do inseto não teriam a capacidade de transmitir a doença, por serem estéreis. A bactéria está presente em 60% dos mosquitos e de outros insetos – mas não no Aedes aegypti. Caso os testes apresentem resultados positivos, a proteção da população dos locais afetados pode aumentar em 40%. “Essa é a novidade. Até o final do ano saberemos se isso vai funcionar”, disse o bilionário.
Além desses experimentos, de acordo com o jornal, o bilionário também revelou que está investindo em novos pesticidas. Entre 2005 e 2016, investiu US$ 100 milhões em um projeto de pesquisas no Reino Unido e já prometeu investir mais US$ 75 milhões. “Estamos fazendo muito esforço para lidar com o controle de vetores. Aqueles produtos que temos hoje, já criaram resistência [nos mosquitos]”, afirmou. De acordo com Gates, o financiamento passou por um debate na Organização Mundial de Saúde (OMS) para assegurar que esses novos químicos estejam dentro das normas estabelecidas.
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Independentemente dos investimentos, Gates revelou que, apesar de tentativas de encontrar parceiros no Brasil, ele não conseguiu fechar um acordo com institutos do país para apoiar o desenvolvimento de vacinas. “Há um grande trabalho no Brasil. Mas, por enquanto, não temos uma vacina”, afirmou o bilionário.