A Apple lançou, na última semana, as novas versões da linha iPad Pro. O objetivo de Tim Cook e de sua equipe é fazer com que o novo dispositivo se torne um computador portátil, capaz de substituir o tradicional notebook.
Um aspecto chave dos novos iPad Pro 2017 é que eles não estão completos – parecem ter sido desenhados para o iOS 11, que não estará disponível para o público em geral até setembro. Em outras palavras, o iPad Pro é um “supercarro esperando na linha de partida, aquecendo os motores, aguardando autorização para arrancar”, exemplificou Dieter Bohn no portal “The Verge”.
O especialista falou, ainda, sobre o preço do produto quando comparado à versão comum: “A Apple deixou claro, definitivamente, quais são as diferenças entre o iPad normal e o Pro. Estas diferenças incluem uma linha de especificações que não parecem muito necessárias para o uso que a maioria das pessoas faz do dispositivo: uma tela maior e melhor, um processador mais rápido e potente, câmeras melhores, suporte para o Apple Pencil, uma entrada para conectar teclado. Há uma diferença, no entanto, que é a maior e mais importante: o preço. O iPad Pro começa em US$ 649 (o equivalente a R$ 2.154) para um modelo de 64 GB, e pode chegar a US$ 1.079 (R$ 3.582) para versões com 512 GB de armazenamento. “Além disso, o Apple Pencil custa US$ 99 (R$ 328) e o Smart Keybord da fabricante sai por US$ 159 (R$ 527), mas há teclados mais baratos dos concorrentes”, diz Bohn.
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Isso significa que é uma empreitada cara fazer do iPad um computador. Uma vez que sejam adicionados os principais componentes, o valor gasto será muito próximo ao de um bom ultrabook.
Como David Pierce deixa claro na revista “Wired”, o grande benefício foi mesmo a tela, que foi aperfeiçoada. Mesmo que as molduras menores ainda estejam presentes, a tela expansiva é incrível.
A Apple implementou vários upgrades nas especificações no novo Pro, alguns importantes mas invisíveis (o chip incrivelmente veloz é, agora, ainda mais rápido), e outras sutis, mas surpreendentes. Um exemplo é a tela: o iPad já tinha um painel nítido, claro e não-refletivo que todos consideravam fácil de ler no escuro. A companhia de Steve Jobs tornou isso ainda melhor.
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O visor do iPad Pro agora roda em 120Hz, o que significa que atualiza a imagem 120 vezes por segundo. Quanto mais alto for este número, mais suaves as imagens ficam. E, neste caso, tudo fica realmente muito suave. Deslizar entre as telas, jogar ou simplesmente rolar por textos ou imagens faz parecer que se está realmente tocando as coisas que se enxergam, e não apenas golpeando pixels em uma tela.
As mudanças na tela também incluem a camada de touch-screen, que tem impacto positivo no Apple Pencil. A ponteira é agora mais precisa e suave de usar, como Steve Kovach explica no “Business Insider”: “Há, ainda, uma tela melhorada que atualiza animações mais rapidamente. Isso significa que navegar por conteúdo na web ou em apps é mais suave (a Apple chama essa ferramenta de ProMotion). Isso também contribui na hora de desenhar ou anotar alguma coisa com o acessório opcional Apple Pencil, que reduz o lapso entre escrever sobre a tela e ver as letras aparecerem de fato. Não é a mesma sensação de desenhar sobre o papel, mas é confortável o suficiente (aliás, a maioria das pessoas não precisa de um Apple Pencil).”
Outro acessório notável para o iPad Pro é a capa Smart Keyboard. Se o iPad Pro for utilizado como um “computador pessoal completo”, um teclado é essencial. Jim Dalrymple, do “The Loop”, comenta o acessório da própria Apple: “Eu sempre tive um Smart Keyboard com o meu iPad porque a portabilidade é muito importante em um dispositivo como este. Eu gosto de ter um teclado embutido que seja também uma capa. É conveniente e fácil de usar na maioria das situações”, explica. “Contudo, eu tenho uma reclamação sobre o tamanho das teclas. Eu sou um grande fã do teclado dos novos MacBook e Macbook Pro, com suas teclas grandes. Parece haver muito espaço neste teclado para ter teclas maiores, mas elas ainda não existem”
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Ao implementar a potência do maior modelo do iPad Pro ao tamanho padrão no ano passado, a Apple abriu a linha a uma audiência maior. Isso continuou neste ano, com as novas especificações disponíveis nos dois tamanhos. Para aqueles que precisam de potência de processamento, a linha Pro parece muito atraente. Nicole Nguyen escreveu no “Buzzfeed”: “O iPad Pro é uma fera. Tem o último chip da Apple – o A10x Fusion – que tem velocidade de CPU 30% maior e gráficos 40% mais velozes quando comparados aos dispositivos do ano passado”.
Tirar fotos com o novo iPad Pro não é a solução mais simples ou ergonômica, mas ter uma boa câmera no tablet oferece algumas ferramentas eficientes que podem se provar úteis. David Phelan analisa as opções disponíveis: “Significa que você está segurando uma câmera de 12 megapixels com um flash True Tone que tem quatro LEDs e estabilização de imagem óptica para reduzir as vibrações enquanto a foto é tirada. A câmera também é capaz de fazer Live Photos, o fofo combo de foto e vídeo que dá vida às imagens estáticas. As Live Photos também receberão upgrades no iOS 11”.
Quando o iOS 11 for lançado, será possível, ainda, escanear documentos. “Eu vi isso em ação e é impressionante: é só posicionar a câmera acima do seu documento e o software ajustará para qualquer perspectiva para transformá-lo em uma imagem retangular perfeita, reduzindo os efeitos de sombra. Depois, o documento é exibido na tela e é possível escrever sobre ele usando o Apple Pencil.”
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Andrew Cunningham resume as impressões gerais em relação ao iPad Pro. É o melhor tablet que a Apple já fez, mas com as vendas do dispositivo caindo, será que a gigante da tecnologia conseguirá fazer com que a novidade atinja um público maior?
Sabendo o que sabemos sobre o iOS 11, qualquer avaliação de um iPad Pro rodando o iOS 10 parecerá inacabada. A versão 10 do sistema operacional não esgota ou tira total vantagem deste hardware. A era de ferramentas multitarefa do iOS 9 (praticamente intocadas no iOS 10) parece ultrapassada e anacrônica dois anos depois, especialmente com o conhecimento prévio das melhorias que virão em alguns meses.
O novo hardware não vai mudar o pensamento daqueles que acham que os iPads não precisam de uma versão Pro – mas, quando o iOS 11 for lançado, estes tablets se parecerão mais com computadores do que em qualquer outro momento de seus sete anos de história.
Os dispositivos Pro de 2017 (tanto a versão de 12,7 quanto a de 10,5 polegadas) são claras melhorias das máquinas Pro existentes e trazem muitos upgrades para aqueles que já usam o iPad. Se será possível expandir a audiência para trazer novos usuários ao ecossistema dos tablets iOS ainda não se sabe – e provavelmente não se saberá antes de o iOS 11 chegar ao público no últimos trimestre deste ano.