Por muitos anos, Carrie Kerpen, CEO e fundadora da empresa de marketing em mídias sociais Likeable Media, foi líder do grupo de meninas escoteiras de que sua filha participava enquanto equilibrava as responsabilidades de ser a executiva-chefe de sua própria empresa.
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Para conseguir fazer as duas coisas, ficava acordada até tarde na noite anterior à reunião das escoteiras para se preparar, saía mais cedo do trabalho e corria para chegar ao encontro a tempo. Ela amava as escoteiras e adorava o grupo, mas estava absolutamente deplorável. Carrie simplesmente não tinha tempo para se equilibrar entre ser a líder da tropa e a CEO e, então, acabou por falhar nas duas funções. Tudo isso a fez se sentir culpada e insegura.
Um dia, conta, ela parou e se perguntou: “Por que eu faço isso?” Bem, ela fazia isso por sua filha, é claro, mas percebeu que fazia também para projetar uma imagem de “supermãe” para os outros. “Então, pensei sobre o que era mais importante para mim: tempo com a minha filha. E o tempo de maior qualidade que passávamos juntas não era quando eu criava um show para todas as meninas escoteiras, era quando estávamos apenas nós duas. Foi aí que eu soube que poderia dizer não a ser líder da tropa”, relembra.
Carrie, então, falou às outras mães: “Sinto muito, mas isso não irá funcionar para mim neste ano.” E confessa que, após ter tomado essa decisão, sentiu-se livre. “Essa foi a melhor escolha para mim e para a minha filha, mas foi também a melhor opção para as outras meninas, já que deu a outra mãe a oportunidade de assumir o papel de líder da tropa e, sem estar constantemente estressada, fazer um trabalho melhor.”
Carrie descobriu que sua prática de dizer “sim”, assim como a de muitas outras pessoas, era movida por vaidade e culpa. Para dizer “não”, ela entendeu que precisava pensar sobre o que era realmente importante e abandonar o medo de não agradar aos outros.
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Uma das habilidades mais importantes que as mulheres precisam dominar é a de se sentir confortável em dizer “não”. Frequentemente, elas cuidam dos outros antes de cuidar de si, seja de colegas de trabalho, funcionários, maridos, amigas ou filhos. E, ao fazer isso, tendem a dizer “sim” para praticamente tudo.
Jocelyn K. Glei, apresentadora do podcast “Hurry Slowly”, costuma falar sobre alguns dos benefícios de dizer “não”: ninguém tem de lidar com nada que não quer. “Sim, eu não vou gastar meu tempo. Mas eu também não vou gastar o seu tempo ao conduzir vocês a pensarem que eu quero participar de algo que eu na verdade não quero”, diz.
Em “O Ano em que Disse Sim”, Shonda Rhimes escreve sobre o poder de dizer “sim” a coisas que nos empurram para fora de nossa zona de conforto nos dão oportunidade de crescer, de prosperar e de criar a vida que deveríamos viver. É uma história linda e uma lição útil, mas o lado contrário é igualmente importante. Também precisamos dizer “não” a coisas que não valem a pena serem feitas, que são um mau uso de nosso tempo e energia, que irão nos segurar e que apenas nos tornarão (e aqueles à nossa volta também) infelizes.
Se “o ano do sim” foi sobre nos abrir para oportunidades, “o ano do não” é sobre liberar nosso tempo e energia e os direcionar para o que é melhor para nós.
Veja, na galeria de fotos abaixo, 5 dicas para transformar 2018 no ano do “não”:
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iStock Pense em alternativas confortáveis
Se apenas dizer um “não” direto parecer muito negativo, tente frases alternativas como: “Eu não serei capaz de fazer isso” ou “Isso não funciona para mim”.
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iStock Comece aos poucos
Pratique ao recusar um pequeno pedido, talvez o de alguém que queira marcar uma reunião em uma hora inconveniente ou sair para jantar neste final de semana.
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iStock Não explique ou se desculpe
Resista ao impulso de dar uma explicação ou uma desculpa. Ninguém precisa saber por que você não pode sair para jantar, e você não precisa pedir desculpa. No entanto, se for mais fácil, quando estiver começando, sinta-se livre para dizer “Desculpe-me” ou dar uma explicação simples e leve como “Minha agenda não permite isso” ou “Eu não estarei disponível nessa hora”.
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iStock Escreva
Comece um diário e registre como você se sente após dizer “sim” e “não”. Nós às vezes esquecemos como nos sentimos após dizer “sim” a algo que na verdade não queremos fazer ou quão bom pode ser dizer “não” a alguma coisa. Ao escrever, você terá um registro para reler e se empoderar na próxima vez em que um pedido aparecer.
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iStock Estabeleça limites e prioridades
É mais fácil dizer “não” quando você tem limites claros e um entendimento do que quer. Alguém que recebe muitos pedidos de reunião, por exemplo, pode estabelecer horas livres no calendário e, se alguém pedir para marcar fora desse período de tempo, recusar com facilidade. Outra alternativa é configurar respostas automáticas, como “Checo meu email apenas duas vezes ao dia” ou “Se você me enviou um email após as 18 horas, não irei responder agora”.
Pense em alternativas confortáveis
Se apenas dizer um “não” direto parecer muito negativo, tente frases alternativas como: “Eu não serei capaz de fazer isso” ou “Isso não funciona para mim”.
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