Como você pode aproveitar a vida e ao mesmo tempo economizar para o futuro? Escolher onde gastar seu dinheiro é mais difícil do que parece. Com tantos produtos de última geração sendo lançados, é difícil não querer todas novidades disponíveis no mercado.
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Pense em uma campainha de alta tecnologia, por exemplo. Ela não apenas toca:você pode monitorá-la com o seu celular para ver quem está à sua porta e conversar com a pessoa de onde estiver — mesmo que não esteja em casa.
O grill defumador Traeger mudou a forma de fazer churrasco. Modelos de churrasqueira tradicionais levam horas para preparar a carne e exigem alguém por perto para monitorar a operação. O Traeger acabou com isso, ao lançar mão de pedaços de madeira, os pellets, acondicionados em uma extensão que pode ser controlada remotamente por telefone.
No setor de beleza e estética, há extensões de cabelo e cílios, preenchimentos, branqueamento dental e técnicas para modelar sobrancelhas. Tudo para melhorar a aparência. Tudo caro.
Poderíamos continuar a lista de melhorias tecnológicas que vêm mudando e tornando mais confortável a nossa vida. Mas o conforto custa alto: são produtos que pedem muito do nosso dinheiro. O ideal é resistir a eles, porque precisamos poupar dinheiro para despesas programadas, emergências, aposentadoria e o que realmente faz feliz. Ou não.
Considere o que o faz feliz
Há uma diferença entre o prazer (a gratificação imediata) e a felicidade (o contentamento). Entender essa distinção pode ser a chave para um consumo racional.
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O empreendedor e autor de livros de negócios Seth Godin escreveu um artigo intitulado “The Pleasure/Happiness Gap” (o prazer/a felicidade, em tradução livre), em que compara os dois sentimentos. “O prazer é de curto prazo, viciante e egoísta. É tomado, não dado. Trabalha com dopamina”, escreveu ele. “A felicidade é de longo prazo, acolhedora e generosa. Ela é dada e não tomada. Envolve a serotonina.”
Segundo Godin, prazer é o sentimento vendido por profissionais de marketing, que não prometem felicidade porque ela é algo difícil de se comprar. “Requer mais paciência, planejamento e confiança. É possível encontrar o contentamento na visão do mundo da criança sem pressa, mas é mais provável que o encontremos em uma série madura e consciente de escolhas, a maioria das quais tem a ver com buscar conexão e generosidade e evitar o curto prazo, a dopamina do prazer fácil e frágil.”
As pessoas não costumam separar prazer de felicidade quando se trata de dinheiro. Entender o que os distingue e aplicar os recursos onde o contentamento de fato está pode mudar todo o planejamento da aposentadoria — ou determinar se é prioridade poupar para ela.
Famílias torram milhões de reais
É um desafio poupar quando tantas coisas nos chamam a atenção.
A internet, e em especial as redes sociais, nos bombardeiam com tentações. Quem nunca viu um post patrocinado no Facebook ou no Instagram ou deu de cara com o anúncio de um produto da sua lista de desejos, como se o site estivesse lendo a sua mente, e teve a vontade de clicar e comprar, mesmo sem precisar da mercadoria?
Em seu depoimento ao Congresso norte-americano em abril de 2018, o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, disse que são os anúncios publicitários que permitem que o serviço da rede social seja gratuito para todos. Zuckerberg também prometeu, na ocasião, manter o site sempre gratuito, mesmo que a empresa desenvolva novos modelos de negócio.
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Este tipo de marketing quer separar você do seu dinheiro suado, trocado pelo prazer de curto prazo. Se você acha que demorou a começar a poupar para a aposentadoria ou, por contratempos financeiros, não deu os passos certos para o conforto futuro, é preciso economizar para o longo prazo.
Um bom jeito de usar seu dinheiro é investir em vez de gastar. Se você precisa recuperar o atraso na poupança para a aposentadoria, desperdiçar não é opção. É a sua felicidade a longo prazo que está em jogo.
Você pode pensar que R$ 200 aqui ou ali não fazem diferença, mas fazem. Tudo se resume a isso, na verdade.
Descubra para onde vai seu dinheiro
Acompanhe os seus gastos por um mês e veja aonde vai parar o seu dinheiro. Use um aplicativo ou um pequeno caderno para tomar nota. Conte cada centavo — assim como um nutricionista pede que contabilize as calorias do que você come e bebe. Não deixe de fora nem mesmo uma bala.
Em seguida, analise os gastos para saber se o seu dinheiro é usado para a sua felicidade ou para prazeres efêmeros. Pare de comprar por impulso: antes, pense se você precisa de verdade daquele produto, se é algo que realmente quer ter. Se for, economize para adquiri-lo e encaixe a compra em seu orçamento.