Resumo da matéria
- Durante uma palestra na YMCA, Harry disse que o jogo leva ao vício, já que mantém as pessoas na frente das máquinas por muito tempo
- É fato que exista uma certa tensão nas residências, já que o game é muito popular entre as crianças, que acabam brigando com os pais pelo direito de jogá-lo
- Mas a solução não é proibir algo do qual elas gostam, e sim estabelecer regras capazes de encontrar um meio termo
Eu nunca imaginei que meu jogo preferido estivesse no radar da família real, mas o Príncipe Harry disse recentemente algumas coisas que fizeram os fãs do Fortinite, o game mais popular do mundo, ficarem com a pulga atrás da orelha.
LEIA MAIS: Vazamento revela show de Marshmello em “Fortnite”
Segundo o “The Daily Express” e a “Variety”, durante um discurso na YMCA, ao leste de Londres, o jovem ruivo que se casou recentemente com a atriz Meghan Markle abordou o tema das mídias socias e dos videogames, mencionando particularmente o Fortnite, por conta de sua influência nessa geração de crianças.
“O jogo não deveria ser permitido”, disse Harry. “Qual a vantagem de tê-lo em sua casa? Ele foi criado para viciar, e o vício o mantém em frente a uma máquina durante muito tempo. Isso é muito irresponsável… Os pais não sabem o que fazer sobre isso. É como esperar pelo dano.”
Há duas questões envolvidas nisso. Sim, muitas crianças de fato brigam com os pais para jogar Fortnite, e isso pode acabar se transformando em um problema familiar. Por outro lado, dizer apenas que o jogo não deveria ser permitido é um absurdo. Você pode repetir esse discurso com qualquer outro jogo popular das últimas décadas, e antes disso, a televisão, as brincadeiras de roda ou qualquer outra coisa que as crianças gostem. E isso pode levar a um colapso.
É preciso também lembrar que alguns jogos atacam as tendências ao vício de forma bastante transparente. Alguns países já implementaram regras que impedem, por exemplo, que as crianças tenham acesso a determinados recursos considerados nocivos a elas.
VEJA TAMBÉM: Novo herdeiro real: Meghan e Harry ‘grávidos’
O Fortnite é um caso interessante porque é viciante simplesmente pelo fato de ser divertido. O que os jogadores procuram não está nas loot boxes ou nos saltos épicos. Em nenhuma pseudo-aposta. O gancho do jogo é que… é um jogo. Uma partida termina e então, você diz para si mesmo: “Só mais uma”. E começa de novo. Muitos jogos multiplayer têm esse efeito, seja Call of Duty ou Apex Legends. Eu não acho que Harry está certo ao dizer que ele foi criado para viciar. Isso seria o mesmo que dizer que a Netflix é responsável por criar programas tão bons que são capazes de manter as pessoas absortas por 12 horas. Então o canal de conteúdo por streaming também deveria ser banido?
Mas, novamente, é verdade que exista alguma pressão causada entre as pessoas por jogos do tipo e ainda há muitas soluções antes de clamar pelo banimento de qualquer jogo considerado “viciante”. O “Wall Street Journal” escreveu um artigo bem consistente sobre essa questão recentemente. Ele reconhece o problema, mas oferece conselho úteis aos pais sobre como trabalhar com seus filhos nesse sentido, como, por exemplo, avisá-los com 20 minutos de antecedência que está na hora de desligar o jogo, para que eles não comecem algo que não possam terminar. “Puxar o fio da tomada” é uma solução horrível.
Então, não, Harry, o Fortnite não deve ser banido. Este é um desafio que os pais devem resolver com seus filhos.