Resumo:
- 76% dos nativos da Geração Z seguem empresas que produzem conteúdo e 60% compartilham os materiais;
- Kylie Jenner, Elon Musk e Alyssa Milano tiveram posts com impacto econômico e social além da plataforma;
- “É preciso saber conversar com os usuários”, diz Vinícius Magalhães, estrategista de marcas do Twitter.
Pesquisa do Twitter divulgada em setembro apontou que 76% dos nativos da Geração Z, grupo formado pelos nascidos entre 1994 e 2009, seguem marcas que produzem conteúdo e 60% retuítam vídeos que julgam interessantes. Um público, em conclusão, de alto engajamento.
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“O que conecta as pessoas na plataforma é o fato de terem assuntos em comum. Isso faz com que a audiência do Twitter fique mais receptiva para mensagens de marcas”, diz Vinícius Magalhães, estrategista de marcas do Twitter Brasil. Ele apresentou uma palestra sobre o benefício das conversas na rede para as marcas, durante o Fire Festival 2019, evento de inovação e marketing digital realizado pelo Hotmart.
Para Magalhães, o Twitter é diferente das outras redes sociais por comporter assuntos e opiniões diversos. “No Twitter, as conversas se pautam em ‘olha isso’ e as pessoas expõem suas opiniões. Nas outras redes, é mais comum o usuário mostrar a si mesmo e aquilo que está fazendo”, explica.
Por isso, diz, as marcas não devem produzir conteúdo e publicações em situações esporádicas. “Não basta montar um gráfico de campanhas em que haja ação em datas específicas, e sim estar ligado e entender em que momentos e brechas da cultura online dá para entrar na conversa.”
O poder das publicações
Segundo o estrategista, cada tuíte vai além da plataforma. “Ele gera debate, pauta a mídia e tem impactos econômicos.” Quando a socialite Kylie Jenner questionou qual dos seus seguidores usava o Snapchat, as ações da rede social tiveram uma queda que levou a empresa a perder US$ 1 bilhão. Em outro caso, o bilionário Elon Musk falou das ações da Tesla e alavancou o valor dos papéis em 11%.
Na política, as falas podem influir no câmbio e na macroeconomia. Como fizeram os posts polêmicos de Jair Bolsonaro durante o Carnaval de 2019.
Mas o Twitter também pode ser bem usado por políticos. Os governos da Alemanha e do Japão movimentam campanhas de saúde e aumentam os estoques de medicamentos em hospitais monitorando a demanda percebida em tuítes. Quando usuários manifestam sintomas de gripe, por exemplo, os órgãos governamentais entram em ação.
Na final do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL), o Ministério da Saúde brincou com o tema e tuitou: “Ministério da Saúde adverte que Lolzinho é apaixonante”. A ideia era criar uma conexão com os jovens, chamando o jogo como os fãs o chamam, para atrair atenção para suas campanhas de prevenção do vírus HPV.
Outro uso político do Twitter: movimentos sociais repercutem após publicações na rede social. O #MeToo ganhou força quando a atriz Alyssa Milano convidou as mulheres a denunciar os casos de assédio sexual, principalmente em Hollywood. O tuíte levaria indiretamente à demissão de 201 homens, entre eles o ex-produtor Harvey Weinstein.
O #BlackLivesMatter (#VidasPretasImportam, no Brasil) foi um movimento contra o racismo. O jogador de futebol americano Colin Kaepernick protestava durante os jogos, pondo-se de joelhos durante o hino dos Estados Unidos. Ao ser ameaçado de suspensão pela liga americana, a Nike lançou uma campanha com o jogador com o slogan “Believe in something. Even if it means sacrificing everything” (“Acredite em alguma coisa. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo”, em tradução livre).
“A empresa tomou partido, o que gera engajamento, mas também poderia provocar um boicote”, alerta Vinícius. No caso da Nike, as vendas subiram 31%, apesar de alguns consumidores xiitas postarem vídeos queimando tênis da marca.
Como engajar a comunidade
Como dito antes, o Twitter é como uma roda de conversas em que é preciso saber entrar. A primeira coisa a fazer é encontrar um propósito e definir o que se quer transmitir. “É possível informar, inspirar, educar, divertir e entreter; esse é o propósito. O resultado final acaba sendo positivo”, diz Magalhães. “Vivemos em tempos conturbados e turbulentos. Nesse caos, as marcas têm a oportunidade de ser uma ilha de estabilidade.”
Para o estrategista, as marcas também devem olhar para si mesmas. “Levantar bandeira aproxima uma empresa do público consumidor. Mas também é preciso olhar para dentro. A transformação também acontecem dentro da companhia? Só assim a mensagem pode ser genuína”, ressalta Vinícius.
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