Não é só o varejo – ou os consumidores – que estão empolgados com a Black Friday. Existe um outro público que tem vivenciado a força que a data vem ganhando nos últimos anos no calendário do comércio no país: os influenciadores digitais. Para eles, novembro começou agitado em 2019.
“Ao contrário dos anos anteriores, eu fiz campanhas ao longo do mês todo”, conta Niina Secrets, digital influencer especializada em beleza e FORBES Under 30 na edição 2016, que acumula mais de 3,5 milhões de seguidores no Instagram, 1 milhão no Facebook e 3,81 milhões de inscritos em seu canal no YouTube. “Me dei conta que já fiz umas seis campanhas específicas para a data este mês e ele ainda nem acabou. Em novembro do ano passado foi apenas uma, no finalzinho”, lembra. A agenda da jovem paulista de 25 anos realmente está atribulada. Só por conta da Black Friday, ela encabeçou parcerias com Polishop, Maybelline, Gocase e Latam, entre outras grandes marcas. O faturamento em novembro deste ano foi 70% maior do que no mesmo período do ano passado, e negócios precisaram ser recusados para manter a exclusividade das categorias de produtos.
Niina acredita que essa demanda é consequência do amadurecimento da iniciativa. “Eu percebi que as empresas estão investindo mais, tanto na qualidade das promoções oferecidas aos consumidores, quando na divulgação”, diz. “E tudo isso em uma época em que as pessoas já se condicionaram a comprar itens importantes, às vezes caros. Os seguidores aceitam muito bem esse tipo de publicidade.”
Para Phil Kauders, diretor da rewardStyle Brasil, plataforma que depois de fazer a integração entre o e-commerce da varejista e as redes sociais do influenciador é capaz de rastrear cada uma das vendas, existe um outro fator para o crescimento da procura por influenciadores durante a Black Friday. “O poder das personalidades do mundo virtual já é tão grande que elas podem ser consideradas a segunda fonte de informações para a tomada de decisão na compra de um produto, perdendo apenas para recomendações de amigos e parentes”, explica. A empresa conta com um aplicativo, batizado de LIKEtoKNOW.it, que faz a conexão entre o público e as marcas consumidas pelas influenciadoras. Com ele – que já é responsável por 40% do volume total gerado pela plataforma –, as pessoas podem ver os produtos preferidos das blogueiras e comprá-los diretamente. “Os seguidores sempre buscam dicas no meu conteúdo. O app tem sido fundamental para que eles tenham acesso a informações completas de uma maneira mais prática”, diz Niina.
A empresa chegou ao Brasil há cerca de três anos e, desde então, tem detectado aumentos expressivos nas operações feitas na época da Black Friday. Segundo o executivo, a expectativa é que, este ano, haja um incremento de 240% nas vendas que passam pela plataforma. Para ele, a Black Friday, que deve faturar R$ 3,5 bilhões em 2019 apenas no e-commerce, está a um passo de roubar o primeiro lugar do Natal no ranking das datas mais significativas para o comércio nacional.
Sem revelar os números da operação local, Kauders diz que, em nível mundial, a empresa – que conta com 50 mil influenciadores, 4 mil varejistas e 1 milhão de marcas em 99 países – faturou US$ 1,3 bilhão em 2018 e pretende chegar aos US$ 2 bilhões em 2019.
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Gerdau compra Silat por US$ 110 milhões
A Gerdau anunciou hoje (27) acordo definitivo para a compra da Siderúrgica Latino-Americana (Silat), do grupo espanhol Hierros Añón, localizada em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, Ceará, por US$ 110,8 milhões. Com a operação, que ainda depende da aprovação do Cade, a brasileira passa a deter 96,35% das ações da Silat, que possui capacidade instalada de laminação de 600 toneladas por ano e uma planta de ampliados com capacidade anual de 100 mil toneladas. O percentual restante pertence à Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (Adece). “Essa aquisição faz parte da nossa estratégia de servir cada vez melhor nossos clientes. A Gerdau já possui uma importante operação no Ceará, o que possibilitará ganhos e sinergias com a Silat. Continuamos acreditando na retomada do mercado interno e essa aquisição reforça o nosso otimismo com a economia brasileira”, disse Gustavo Werneck, CEO da Gerdau.
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Caminho inverso
A Mobly, startup do varejo online de móveis e decoração, acaba de abrir seu primeiro outlet físico especialmente para a Black Friday. Com investimentos de R$ 2 milhões, o espaço, localizado ao lado da ponte estaiada de Guarulhos, em São Paulo, possui 2 mil metros quadrados e armazena mais de 1 mil produtos. “A ideia é oferecer o que já entregamos na loja da Avenida Nações Unidas e em nosso site, mas, ao mesmo tempo, possibilitar uma opção diferenciada de custo-benefício”, diz Victor Noda, sócio fundador da Mobly. Para reforçar a aposta no período de descontos, outros quatro outlets físicos serão inaugurados amanhã (28) em Campinas, Suzano, Várzea Paulista e Guarapiranga. Entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, eles oferecerão descontos de até 80% e ofertas relâmpago de produtos considerados best sellers.
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Smart São Paulo
A britânica Planet Smart City, que já tem dois projetos de cidades inteligentes em andamento no Brasil (Ceará e Rio Grande do Norte), anunciou uma parceria com a InLoop Holding, empresa nacional de construção e incorporação, para levar a iniciativa a São Paulo. O acordo prevê a construção de apartamentos smart, que, além do projeto funcional, oferecerão uma série de serviços e facilidades, como medidores inteligentes e horta urbana. “O nosso conceito integra inovação em quatro áreas-chave – arquitetura e planejamento urbanístico, tecnologia, sustentabilidade e práticas de engajamento social – para oferecer residências de alta qualidade a preço acessível”, diz a CEO da Planet Smart City no Brasil, Susanna Marchionni. A previsão é construir três empreendimentos na cidade, totalizando 2,5 mil habitações e R$ 500 milhões em valor geral de vendas. Os lançamentos estão previstos para começar na primeira metade de 2020.
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Juntos por Renoir
O Masp, Museu de Arte de São Paulo, está lançando uma campanha para a restauração de “Rosa e Azul – As Meninas Cahen d’Anvers”, obra de 1881 de Renoir e uma das mais importantes de seu acervo. A pintura foi contemplada pelo projeto Adote uma Obra, que possibilita que recursos arrecadados por meio de doações do imposto de renda sejam usados na preservação da coleção da entidade. O valor mínimo é de R$ 300 e todo o processo é feito pelo site do Masp. Caso o contribuinte tenha imposto a ser restituído, a doação aumenta esse valor. Pessoas jurídicas também podem adotar uma obra, como garante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, porém com alíquotas de dedução diferenciadas. A expectativa é arrecadar R$ 550 mil para a iniciativa. No ano passado, campanha semelhante arrecadou R$ 485 mil, que custearam o restauro de três obras de Candido Portinari: “Retirantes”, “Criança Morta” e “Enterro na rede”, todas de 1944.