Importada dos Estados Unidos, a Black Friday brasileira terá, em 29 de novembro, sua 10ª edição. A expectativa, segundo o site oficial do evento, é movimentar 21% mais do que em 2018, o que significa ultrapassar os R$ 3,1 bilhões em vendas só no comércio eletrônico. A iniciativa, que já faz parte do calendário oficial do varejo do país, saiu do ambiente online, onde começou, e atualmente registra taxas de crescimento maiores no offline.
“A campanha caiu como uma luva no Brasil”, diz Francisco Cantão, especialista em varejo e sócio da Proxy Media Marketing Digital. “A data é perfeita porque coincide com o recebimento da primeira parcela do 13º salário dos trabalhadores. Além disso, como no início da era da internet havia muitos problemas de logística, a antecedência era fundamental para aqueles que aproveitavam a data para fazer suas compras de Natal”, diz.
No entanto, atitudes mal-intencionadas de algumas lojas, que simulavam descontos, afetaram a reputação da iniciativa, gerando desconfiança entre os consumidores. Cantão lembra, além de falsas ofertas, de casos emblemáticos em que os preços baixavam após a Black Friday. “Muitas pessoas se sentiram enganadas. Comportamentos assim afetam a credibilidade da iniciativa.”
Com o tempo – e a maturidade de lojistas e consumidores –, o cenário foi mudando. Para o especialista, hoje as pessoas já entendem que nem todos os produtos estão com desconto por causa da campanha. As lojas, por outro lado, em sua maioria, passaram a se preocupar com a veracidade dos descontos. E, para completar o ciclo, ferramentas foram criadas para ajudar a atestar a idoneidade dos participantes.
A Proxy, por exemplo, desenvolveu em 2017 – a pedido das mais de 50 lojas oficiais da campanha, como L’Occitane, Submarino, Petz, Amazon e Shoptime – o Compromisso Black Friday de Verdade. A iniciativa concede um selo – uma espécie de chancela – para os estabelecimentos que, depois de passarem por uma auditoria, comprovarem que estão de acordo com os critérios pré-estabelecidos, como a aplicação de descontos reais, transparência na comunicação e cumprimento integral e irrestrito do Código de Defesa do Consumidor, garantindo, assim, a melhor experiência de compra aos clientes. A novidade é que, neste ano, qualquer loja pode solicitar o selo. Além disso, os consumidores poderão avaliá-las em tempo real. “Com base nesses feedbacks, é criada uma reputação. Se a empresa tiver uma aprovação abaixo de 70%, passará por uma curadoria mais aprofundada e pode até perder o selo”, conta Cantão, explicando que, para votar, os consumidores precisam fornecer informações como CPF e e-mail, de maneira a evitar a atuação de robôs.
As avaliações dos consumidores são a munição necessária para o Prêmio Black Friday de Verdade, que elege as melhores lojas em 15 categorias, além de um Grand Prix, que nomeia o melhor entre os estabelecimentos da campanha. No ano passado – quando a iniciativa ainda não era em tempo real –, foram mais de 120 mil votos, que deram o prêmio máximo para a Americanas.com. Este ano, até agora, faltando 17 dias para a ação, o número já é maior. “A expectativa é passar dos 300 mil votos”, diz Cantão,
A Proxy disponibiliza, ainda, uma extensão para o Google Chrome que permite monitorar e comparar os preços das lojas. Ao ser instalada, ela mostra um histórico do preço do produto selecionado, evitando que o consumidor compre gato por lebre. A ferramenta também busca – e aplica – cupons de desconto de forma automática. “É possível, ainda, criar alertas de queda de preço”, ensina o especialista.
A Zoom, plataforma de comércio eletrônico que se propõe a conectar consumidores a lojas confiáveis, também disponibiliza uma série de recursos para garantir o sucesso da campanha. Na véspera da iniciativa, por exemplo, a empresa faz uma curadoria, sinalizando ofertas relevantes identificadas por meio de um Selo Black Friday. Para obter o selo, os preços dos produtos são monitorados em tempo real ao longo de todo o mês de novembro e comparados com os que foram praticados anteriormente. Dessa forma, as promoções reais ficam visíveis para o cliente.
A plataforma oferece, ainda, histórico de preços, alertas programados em função do valor que o cliente quer pagar por determinado produto, especialistas de plantão entre a quinta-feira (28) e o domingo (1º de dezembro) para esclarecer dúvidas, conteúdos multimídia sobre as mercadorias, aplicativos e o Zoom Garante, um serviço gratuito de garantia de entrega que assegura aos consumidores o recebimento do produto comprado ou o dinheiro de volta (até R$ 5 mil).
“Durante a Black Friday, todas as etapas da compra requerem atenção: preço, características do produto, escolha da loja e prazo de entrega. Assim, nossa missão é dar o melhor apoio à compra, reunindo serviços e conteúdos que auxiliem em todo o processo”, comenta Thiago Flores, CEO do Zoom. “Sabemos que o pós-compra tem um papel fundamental na experiência. Por isso, nosso time de relacionamento estará disponível em tempo integral para, não só encontrar formas de solucionar eventuais problemas, mas também de agradar os clientes”, finaliza.
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O valor do seu imposto
A Oxfam Brasil, organização da sociedade civil brasileira criada em 2014 com o objetivo de lutar por um país mais justo, sustentável e solidário, lançou, junto com a agência alemã German Cooperation, uma ferramenta que calcula de que forma os impostos, diretos ou indiretos, pagos pelos cidadãos brasileiros poderiam ser usados para financiar benefícios à população. Os tributos gerados por uma pessoa que ganha, por exemplo, R$ 2 mil – mais tudo que ela consome em produtos e serviços que têm impostos embutidos – seriam suficientes para bancar três estudantes de educação fundamental, atender três pessoas na saúde pública, pavimentar 140 metros quadrados de vias, coletar 171 quilos de lixo ou manter 463 pontos de iluminação pública. Já um profissional cuja remuneração esteja ao redor de R$ 10 mil pagaria impostos o bastante para manter 14 estudantes da educação fundamental na escola, 14 pacientes no sistema público de saúde, 750 metros quadrados de vias pavimentadas, 916 quilos de lixos coletados e 2.473 pontos de iluminação pública.
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Cafezinho sobe 42% em cinco anos
Uma das bebidas preferidas dos brasileiros ficou 42% mais cara nos últimos cinco anos. O levantamento, feito pela Ticket, constatou que o valor da xícara de café passou de R$ 2,39 em 2014 para R$ 3,40 em 2018, na média nacional. A variação é ainda maior se considerarmos apenas o valor desembolsado pela versão coada da bebida, que registrou alta de 45%. No caso do espresso, o aumento foi de 34%. O incremento é maior do que o registrado pelo preço médio da refeição no Brasil, no mesmo intervalo: 27%.
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Psicologia do consumo
A plataforma de cardápios digitais OiMenu, que promete aumentar o lucro de bares, restaurantes e casas noturnas em até 15%, está modernizando seu sistema de pedidos com a ajuda de especialistas em psicologia do consumo. O objetivo é transformar os menus em uma eficiente máquina de vendas. Com um crescimento mensal de 40%, a empresa tem previsão de fechar 2019 com 100 estabelecimentos. A meta para 2020 é bem mais ambiciosa: elevar o portfólio para 500 parceiros e o faturamento para R$ 4 milhões. O novo cardápio aumenta a velocidade dos pedidos em 100%, torna o trabalho dos garçons mais rápido, diminui os custos do contratante com a mão de obra para atendimento e encurta o tempo médio que os clientes levam para realizar o pedido.
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