O Brasil sempre foi um país representativo no fluxo migratório mundial. No século 19, recebemos um número expressivo de europeus, principalmente vindos da Itália, Portugal, Espanha e Alemanha. No início do século seguinte, foi a vez dos asiáticos descobrirem os atrativos tropicais, principalmente os japoneses e sírios.
Em meados da década de 1960, no entanto, esse movimento se inverteu e os brasileiros passaram a deixar o país em busca de melhores oportunidades no exterior. No início dos anos 1980, com a alta do desemprego a inflação a níveis estratosféricos, mais gente saía do país do que entrava.
Nos últimos anos, algumas movimentações foram observadas nos dois sentidos. Com a crise na América Latina, bolivianos e venezuelanos passaram a se refugiar no país. De acordo com um relatório da ONU divulgado em junho deste ano, o Brasil é o sexto maior receptor de pedidos de refúgio por parte de estrangeiros, atrás apenas de Estados Unidos, Peru, Alemanha, França e Turquia. São mais de 150 mil solicitações vindas, principalmente, de cidadãos venezuelanos, haitianos e sírios. Ainda assim, o número de imigrantes vivendo por aqui é considerado baixo. De acordo com a Polícia Federal, são 750 mil – 0,4% da população atual do país ou quatro estrangeiros para cada 1 mil brasileiros. Nos Estados Unidos, por exemplo, essa relação é 123 por 1 mil. A média mundial é de 34 por 1 mil.
Já o número de brasileiros que mora fora do país é um dado controverso, principalmente em função das imigrações ilegais. Segundo o Relatório Internacional de Migração do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Secretaria das Nações Unidas (Desa), cerca de 1,6 milhão de brasileiros viviam fora do país em 2017. Esse número continua crescendo e já há quem se refira ao movimento, intensificado a partir de 2014, como uma diáspora brasileira. O número divulgado até julho deste ano – 21,8 mil – já era maior do que toda a saída de 2018.
Mas quem são essas pessoas? Segundo uma pesquisa feita pela Nielsen a pedido da TransferWise, empresa de tecnologia especializada em movimentação financeira, a maior parte dos brasileiros que mora fora do país há pelo menos um ano – 69% – é formada por homens com idades entre 26 e 40 anos. A proporção no caso do gênero é de 59% de homens e 41% de mulheres e a maioria pertence à classe B.
Entre os países preferidos pelos brasileiros estão o Canadá, com 24%, seguido por Estados Unidos (23%), Portugal (15%), Argentina (10%) e México (9%). A grande maioria – 77% – está fora do país há mais de dois anos. O levantamento também revelou que apenas 5% não trabalha nem estuda. Isso significa que a maior parte está engajada em atividades profissionais diversas – além dos tradicionais setores de serviços, construção e comércio, há uma gama de outras áreas, como educação e finanças.
Os motivos que levaram à fuga do país também foram alvo da pesquisa. Cerca de 57% dos brasileiros partiram em busca de qualidade de vida, 55% de oportunidades de trabalho e 49% de estabilidade econômica. A pergunta, que permitia mais de uma resposta, também identificou entre as razões a segurança (42%), o conhecimento de novos lugares e culturas (33%) e o aprendizado de outro idioma (23%). Grande parte – 78% – não possui cidadania.
Já no que diz respeito aos aspectos financeiros – principal interesse da TransferWise para a execução da pesquisa –, 65% afirmaram ter feito um planejamento para conseguir concretizar a empreitada, 76% possuem conta em banco, 41% fizeram investimentos com renda de juros e 49% enviam dinheiro para o Brasil.
Já o público que pretende deixar o país nos próximos dois anos é formado majoritariamente por homens entre 35 e 50 anos, também da classe B. Neste caso, os Estados Unidos dominam a preferência (27%), à frente de Canadá (21%), Portugal (16%), Itália (6%) e Espanha (4%). As motivações são praticamente as mesmas daqueles que já vivem fora daqui e mais da metade revelou intenção de enviar dinheiro para o Brasil para ajudar parentes e amigos.
Heloísa Sirotá, responsável pela operação da TransferWise no Brasil, conta que o objetivo do levantamento era conhecer especificamente o comportamento financeiro desses brasileiros sem fronteiras. “O que detectamos é que as pessoas que já moram fora contam com as fintechs para fazer suas operações de transferência de dinheiro, enquanto aquelas cuja mudança está apenas nos planos pretendem usar seus bancos atuais para isso”, explica. Segundo a executiva, essa distorção revela o desconhecimento de grande parte da população da realidade dessas operações, afetadas pela variação de câmbio e spreads bancários. “As variáveis são muitas e impactam o volume transacionado”, diz ela, revelando que as transações em real já estão entre as cinco maiores da empresa.
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Black Friday impulsiona consórcio
O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil, Sicoob, está comemorando os resultados obtidos durante a Black Friday. Entre os dias 22 e 29 de novembro, a ação voltada exclusivamente para cartas de consórcios atingiu a marca de R$ 2,06 bilhões, em 34 mil cotas comercializadas em todo o território nacional. O crescimento apresentado foi 450% em relação ao volume atingido no mesmo período de 2018. A campanha incluía 25% de desconto nas taxas de administração das cotas para toda linha: imóveis, automóveis, caminhões, utilitários, tratores, motocicletas e serviços. As cartas comercializadas variaram de R$ 15 mil a R$ 450 mil, e os estados com maior volume negociado foram Minas Gerais, São Paulo e Goiás.
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Migo recebe aporte
A Migo (antiga Mines.io), startup de acesso a crédito em mercados emergentes, levantou US$ 20 milhões em investimentos na Série B, em uma operação liderada pelo Valor Capital Group, fundo de venture capital focado no Brasil. Investidores que já apoiavam o negócio, como o The Rise Fund (gerido pela TPG Growth) e a Velocity Capital, também se juntaram a essa rodada. O aporte será destinado à aquisição de talentos, lançamento da plataforma no mercado brasileiro e expansão das operações na Nigéria.
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O mapa dos danos ambientais
O cientista de dados José Anderson dos Santos, que atua como analista de business intelligence na ADP, criou um dashboard para oferecer mais clareza e uma dimensão mais fiel dos vestígios de óleo que continuam sendo encontrados no litoral brasileiro. Isso porque o Ibama tem feito atualizações constantes a fim de monitorar os danos, tornar visível os riscos e cobrar por ações urgentes, mas, olhando separadamente cada nova informação da entidade, não é possível acompanhar a evolução dos danos ambientais. O painel desenvolvido por Santos (https://lnkd.in/ejF9WDw) mostra todo o processo, desde o início, de acordo com os dados do instituto e pode ser acessado por qualquer um – de ONGs, pesquisadores e governo a usuários finais. Até agora, já são 877 localidades atingidas em 127 municípios.
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Vai e vem
Na noite de ontem (4), o Expedia Group anunciou que o CEO e o CFO foram forçados a renunciar depois de entrarem em conflito com o conselho sobre as perspectivas da gigante de viagens online. Em comunicado aos funcionários, o chaiman Barry Diller disse que o principal ponto de discórdia entre Mark Okerstrom (foto) e Alan Pickerill e os conselheiros foi a estimativa de receita. Os executivos reduziram a previsão para 2020 na esteira de resultados decepcionantes no terceiro trimestre, enquanto os integrantes do conselho se mostravam menos pessimistas.
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