O mercado financeiro do Brasil teve um dia descolado do exterior, apesar do noticiário denso sobre o coronavírus da China. Pesou nos negócios a forte recuperação das ações de bancos, após o anúncio do Banco do Brasil, que busca interessados na compra de sua divisão para gestão de fundos de investimentos.
A notícia da privatização de parte do BB promoveu uma inversão no mercado e o Ibovespa saiu de queda para alta no período da tarde, renovando o recorde em pontuação. O índice fechou com alta de 0,96% aos 119.527 pontos, superando a marca de 118.861 registrada no último dia 20.
LEIA TAMBÉM: Dólar tem queda à espera de sinalização sobre juros
As maiores altas do Ibovespa foram da Braskem (BRKM5) com valorização de 7,26% a R$ 39,00, Banco do Brasil (BBAS3) com avanço de 5,62% a R$ 51,48, Gol (GOLL4) com alta de 5,03% a R$ 39,05, CCR (CCRO3) que subiu 4,04% a R$ 51,74 e Localiza (RENT3) com mais 3,83% a R$ 51,74.
De acordo com Thiago Tavares, analista da Toro Investimentos, as ações de bancos representam um peso de cerca de 20% na carteira do Ibovespa e as perdas em janeiro vêm da entrada de novos “players” neste segmento.
“O setor no Brasil tem o patrimônio líquido acima da média mundial, e vemos instituições novas com crescimento bem saudável. Os bancos mais tradicionais têm o desafio de lidar com esta concorrência, além do novo cenário de juros baixos e a busca por formas alternativas de rentabilizar os acionistas, seja com seguros, previdência ou outros serviços”, explica Tavares.
Ajudou na manutenção dos ganhos da bolsa durante a tarde a notícia de que a Organização Mundial da Saúde não declarou emergência global por conta do coronavírus da China.
O anúncio da OMS serviu como um alívio a todos, inclusive ao mercado financeiro, porque afasta, por ora, a possibilidade de um clima de aversão ao risco nos negócios.
As principais quedas do Ibovespa foram da Notre Dame (GNDI3) com perdas de 2,54% a R$ 72,65, Hering (HGTX3) com menos 2,19% a R$ 26,80, BR Foods (BRFS3) que caiu 2,13% a R$ 34,84, Ambev (ABEV3) com recuo de 2,10% a R$ 18,65 e IRB Brasil (IRBR3) com queda de 1,96% a R$ 44,02.
Mais cedo, houve a divulgação do IPCA-15, a prévia da inflação oficial no país medida pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O indicador veio com desaceleração em janeiro, numa alta de 0,71% em relação a dezembro, quando registrou avanço de 1,05%.
****
Luciene Miranda é jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios com coberturas independentes na B3, NYSE, Nasdaq e CBOT
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.