O dólar avançava contra o real hoje (20), batendo a máxima recorde de R$ 4,3921, em meio à força da moeda norte-americana no exterior e à falta de perspectivas positivas para o real no cenário doméstico.
Às 10:23, o dólar avançava 0,55%, a R$ 4,3897 na venda. Na B3, o dólar futuro registrava alta de 0,5%, a R$ 4,388. Na última sessão, o dólar interbancário fechou em alta de 0,18%, na máxima histórica para encerramento de R$ 4,3657.
LEIA MAIS: Dólar fecha a R$ 4,3657 e renova máxima histórica
O dólar era destaque nos mercados globais, ganhando contra 30 de seus 33 pares e subindo cerca de 0,15% contra uma cesta de seis moedas fortes.
“É mais do mesmo”, disse Italo Abucater, gerente de câmbio da Tullett Prebon, sobre o movimento desta sessão. “Já vinha um processo de apreciação da moeda (norte-americana) no cenário global. O internacional está todo ruim, e o real pode ter uns solavancos distorcidos um dia ou outro, trabalhando em linha com o exterior.”
O novo coronavírus da China seguia sendo o principal ponto de atenção dos operadores e investidores, que – apesar da queda nas novas infecções hoje – reagiam à notícia de que cientistas alertaram que o patógeno pode se espalhar mais facilmente do que se pensava, agravando os temores sobre o impacto econômico da doença e gerando aversão a risco.
Segundo Abucater, o cenário doméstico também colaborava para a alta do dólar, com a falta de perspectiva de fluxo, o atraso das reformas econômicas e os juros baixos no Brasil reduzindo a atratividade do real.
“Não temos juros, então não tem prêmio para os investidores; o Banco Central fala de encerramento de ciclo (no corte de juros), mas a atividade indica que será necessário mais um corte, e isso vai afetar o dólar”, comentou.
O Banco Central reduziu a taxa básica de juros Selic a mínimas históricas sucessivas, chegando a 4,25%, o que diminui o rendimento da moeda brasileira para investidores estrangeiros, algo que muitos analistas enxergam como responsável pelo estresse do dólar aos patamares recordes atuais.
VEJA TAMBÉM: Dólar sobe após BC reiterar tranquilidade com moeda
Abucater completou dizendo que o dólar tende a subir ainda mais. “Estamos vivendo outra realidade para o câmbio; R$ 4,50 vai ser uma taxa muito confortável para o cenário que estamos vivendo agora.”
Neste pregão, o Banco Central ofertará até 13 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020, para rolagem de contratos já existentes.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.