Foi um dia agitado no mercado acionário brasileiro, mais influenciado por fatores internos que pelo comportamento das bolsas internacionais, que só deram o suporte para os ganhos com um clima de maior confiança nas medidas de contenção do coronavírus no mundo.
O Ibovespa teve uma abertura com forte alta mas, à tarde, os ganhos já haviam perdido alguma força. O índice fechou positivo em 0,41% aos 116.028 pontos.
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Aqui no Brasil, o ânimo começou cedo com o balanço do Bradesco, que surpreendeu. O banco reportou um lucro líquido recorde de R$ 25,887 bilhões no ano passado, num aumento de 20% em relação ao exercício de 2018, quando obteve R$ 21,564 bilhões.
As ações dispararam e BBDC3 (ON) teve alta de 1,83% a R$ 32,26 e BBDC4 (PN) registrou ganhos de 1,93% a R$ 33,74. Outras ações do setor bancário seguiram na esteira com valorizações expressivas.
Na lista das maiores altas do Ibovespa, Usiminas (USIM5) com mais 4,90% a R$ 10,27, Banco do Brasil (BBAS3) com ganhos de 4,46% a R$ 50,40, BTG Pactual (BPAC11) com avanço de 4,31% a R$ 78,90, Cemig (CMIG4) que subiu 3,90% a R$ 15,97 e Sabesp (SBSP3) com valorização de 3,19% a R$ 64,95.
Já as principais baixas do índice foram da Hapvida (HAPV3) com recuo de 4,84% a R$ 58,38, Ambev (ABEV3) que caiu 2,27% a R$ 17,25, Estacio (YDUQ3) com perdas de 1,94% a R$ 55,50, Eletrobras (ELET3) com desvalorização de 1,61% a R$ 38,00 e Notre Dame (GNDI3) com queda de 1,37% a R$ 72,49.
Logo após o encerramento dos negócios, o Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, anunciou sua decisão de cortar a taxa básica de juros no Brasil em 0,25 ponto percentual para 4,25% ao ano. A decisão foi dentro do esperado pelo mercado, mas o comunicado do BC justificando o corte chamou a atenção.
Segundo Ricardo Valente, sócio de gestão de fortunas na One Partners, entende-se como recado do BC o fim do ciclo de cortes da Taxa Selic, o que deve beneficiar o real em relação ao dólar. “Quanto menor a atratividade do CDI, menor a quantidade de recursos que entra no país. Na margem, isso protege o real”, afirma.
Ainda de acordo com Valente, o comunicado do Banco Central deve mexer amanhã na precificação das curvas de juros e da bolsa. “Não é uma enorme surpresa e o impacto na margem, ou seja, no dia seguinte, não é tão bom para a bolsa, mas não chega a atrapalhar. Apenas deixa de beneficiar”, explica Valente.
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Luciene Miranda é jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios com coberturas independentes na B3, NYSE, Nasdaq e CBOT
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