O dólar subia contra o real em sessão marcada por volatilidade, com os mercados atentos a medidas econômicas adotadas pelo Federal Reserve e a falas do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, sobre o câmbio, em meio à onda global de aversão a risco devido ao avanço do coronavírus.
Às 10:36, o dólar avançava 1,09%, a R$ 5,0820 na venda, mas chegou a cair 0,42% na mínima do dia, a R$ 5,0063, em sessão marcada pela volatilidade. O dólar futuro tinha alta menos acentuada de 0,40%, a R$ 5,0855.
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“Estamos vivendo uma gangorra” disse à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do grupo Laatus, sobre o movimento de hoje (23). “O mercado está muito sensível, muito volátil; só hoje poderemos falar várias vezes sobre as mudanças nas oscilações.”
No foco dos investidores nesta sessão, o banco central dos Estados Unidos anunciou que começará a respaldar uma gama de créditos sem precedentes para famílias, pequenas empresas e grandes empregadores, em um esforço para compensar as “graves perturbações” econômicas causadas pela pandemia de coronavírus.
No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse hoje que o BC tem arsenal para fazer frente a qualquer tipo de crise e está “absolutamente tranquilo”. Além disso, afirmou que a autarquia tem poder de intervenção muito amplo no câmbio.
Ainda nesta manhã, o BC anunciou três novas medidas para aumentar a disponibilidade de recursos na economia e ajudar instituições financeiras a atravessar a turbulência atual.
Todos esses movimentos acontecem num momento em que o mundo está à beira de uma recessão decorrente da pandemia de coronavírus, em meio a uma onda de cautela que já dura semanas, derrubou as bolsas de valores globais e já deixa a moeda norte-americana em alta de mais de 25% contra o real em 2020.
“Reiniciamos esta segunda-feira com mais uma manhã negativa nos mercados internacionais”, disse em nota a XP Investimentos, citando receios dos mercados em relação à aprovação de um pacote de apoio para combate ao coronavírus no Senado dos Estados Unidos.
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“Existe discordância sobre o formato do pacote e do grau de transparência e liberdade do Tesouro para resgatar empresas”, afirmou. O projeto do pacote já havia sido negado no domingo pelos democratas norte-americanos, que acusaram as medidas de beneficiar apenas grandes interesses corporativos.
No exterior, o dólar tinha força ante divisas emergentes, subindo contra peso mexicano, lira turca e rand sul-africano, pares cujo movimento o real tende a acompanhar.
No final da semana passada, a moeda norte-americana à vista fechou a R$ 5,0274 na venda contra a divisa brasileira, queda de 1,50%, mas ainda assim registrou maior alta semanal desde agosto de 2018.
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