O dólar rondava a estabilidade contra o real na manhã de hoje (4), fazendo pausa para respirar depois de subir por dez sessões consecutivas, mas renovou máxima histórica intradia acima de R$ 4,52 logo após a abertura, com investidores atentos aos próximos passos do Banco Central do Brasil depois de corte de juros surpresa pelo Federal Reserve.
Mas o real seguia atrás de seus pares emergentes, que se valorizavam nesta sessão. O câmbio doméstico seguia influenciado pelas expectativas com relação às taxas de juros no Brasil, com investidores voltando a apostar em redução da Selic depois do corte de taxa pelo Fed na véspera e após o Banco Central brasileiro afirmar na noite de ontem (3) que monitora atentamente os impactos do coronavírus nas condições financeiras e na economia brasileira.
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“(O Banco Central) sinalizou que a desaceleração global garantirá a continuidade do ciclo de corte de juros”, disse em nota a XP Investimentos. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reunirá em 17 e 18 de março para deliberar sobre a taxa de juros, que está em patamar mínimo recorde de 4,25% ao ano.
Os recentes cortes da Selic a mínimas históricas reduziram a diferença entre as taxas pagas pelos títulos brasileiros e os papéis norte-americanos – considerados os mais seguros do mundo. Assim, o investidor estrangeiro tem tido menos estímulo para aplicar na renda fixa local, o que prejudica o fluxo cambial e recentemente colaborou para a alta do dólar a sucessivas máximas recordes.
O Federal Reserve surpreendeu, ontem, os mercados ao cortar a taxa de juros norte-americana antes da reunião para revisão de sua política monetária, na primeira redução sem aviso prévio desde a crise financeira de 2008.
“O corte de juros emergencial pelo Banco Central americano (…) animou os mercados no primeiro momento, mas a preocupação com uma potencial deterioração da economia global gerou maior pessimismo” devido à urgência adotada pelo Fed, completou a XP.
Jefferson Laatus, sócio fundador do grupo Laatus, disse que, no entanto, comentários da presidente do Fed de Cleveland hoje, sugerindo a possibilidade de ainda mais cortes de juros, animavam alguns agentes do mercado.
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No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas avançava, enquanto a divisa norte-americana caía contra rand sul-africano, lira turca e peso mexicano, pares do real, à medida que os mercados digeriam a decisão do Fed e aguardavam mais estímulo de outros bancos centrais.
O dia também é marcado por dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) doméstico, que registrou em 2019 o desempenho mais fraco em três anos ao crescer 1,1%.
“O PIB brasileiro não decepcionou tanto, mas também não animou; não tirou muita pressão do dólar, e o mercado segue em espera”, disse Laatus.
Às 10:25, o dólar tinha variação positiva de 0,01%, a R$ 4,5112 na venda, não antes sem renovar a máxima histórica intradia, a R$ 4,5230 na venda, logo no começo do pregão.
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Ontem, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,54%, a R$ 4,5109 na venda, nova máxima histórica para encerramento, a nona consecutiva.
O Banco Central ofertará hoje até 10.735 contratos de swap tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020, para rolagem de contratos já existentes.
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