Após uma série de paralisações relacionadas ao novo coronavírus, projeta-se que as emissões globais de dióxido de carbono caiam em aproximadamente 2,6 bilhões de toneladas neste ano, com um declínio recorde de 8% em relação a 2019, de acordo com um relatório da International Energy Agency (Agência Internacional de Energia, ou IEA na sigla em inglês). No entanto, especialistas temem que elas simplesmente voltem a aumentar quando as medidas de isolamento forem suspensas.
É “o maior choque para o sistema global de energia” desde a Segunda Guerra Mundial, segundo o estudo. A demanda total de energia provavelmente cairá 6%, com reduções de 9% e 11% nos Estados Unidos e na União Europeia, respectivamente.
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Para colocar isso em perspectiva, o relatório observa que essa redução seria equivalente à Índia — terceiro maior consumidor de energia do mundo–, cortar todo o uso de energia no país.
A IEA espera que a demanda por energia renovável cresça em 2020, mas projeta declínio de todas as outras fontes como carvão, petróleo e gás.
Todavia, o diretor executivo da entidade, Fatih Birol, alertou que a recuperação econômica pode levar a um aumento nas emissões que superam a queda, uma vez que após a crise financeira de 2008 elas ultrapassaram as taxas de pré-recessão.
As projeções podem mudar se as paralisações durarem mais do que o previsto ou ficarem abaixo das durações estimadas.
“Esse declínio histórico nas emissões tem acontecido por todos os motivos errados. As pessoas estão morrendo e os países sofrendo um enorme trauma econômico no momento. A única maneira de reduzir o impacto ambiental de maneira sustentável não é por meio de lockdowns dolorosos, mas colocar as políticas certas de energia e clima em vigor”, informou Birol ao “The New York Times”.
A quantidade de pessoas que vivem em países os quais operam sob paralisações totais ou parciais devido à pandemia é de 4,2 bilhões, de acordo com o relatório da IEA. O número representa mais da metade da população global.
Segundo o Fundo Monetário Internacional, os mercados globais estão se aproximando da “pior recessão desde a Grande Depressão”. Nos Estados Unidos, mais de 30 milhões de indivíduos pediram seguro-desemprego nas últimas seis semanas.
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