A resposta é sim! Com o passar dos anos, a pele, como qualquer outro órgão do corpo, sofre alterações em sua estrutura. “O envelhecimento do organismo está relacionado ao fato de as células começarem a morrer e não serem substituídas por novas, como acontece na juventude”, explica artigo da American Academy of Dermatology. Com isso, a epiderme (camada mais superficial da pele) fica mais fina; a derme (sua porção média) passa pela diminuição e desorganização de suas fibras de colágeno; e a hipoderme (camada mais profunda) tem suas células adiposas, responsáveis pela regeneração e cicatrização dos tecidos, comprometidas. Como resultado dessas transformações, vemos o surgimento das linhas de expressão, rugas e manchas, além da perda de firmeza, densidade e contorno facial.
Todo esse processo pode se acelerar ainda mais quando não mantemos hábitos saudáveis. Envelhecer é inevitável. Entretanto, é possível minimizar os efeitos do tempo. A prevenção começa no dia a dia. Você dorme bem? Come bem? Usa filtro solar? Entre as principais orientações estão dormir ao menos sete ou oito horas diariamente, ter uma alimentação saudável, manter uma rotina diária de cuidados da pele e usar protetor solar todos os dias, mesmo em dias nublados.
De acordo com um estudo publicado no periódico Annals of Internal Medicine, pessoas que passam a fazer uso de protetor solar diariamente têm, após um período de quatro anos, uma chance 24% menor de apresentar sinais visíveis de envelhecimento da pele causado pelo sol em comparação às que não se protegem adequadamente. Convenci você?
A tecnologia também é uma grande aliada do envelhecimento saudável. O laser fracionado não ablativo, o ultrassom microfocado e a radiofrequência são procedimentos que indico para tratar a pele. Eles promovem uma regeneração e reestruturação das camadas da pele, levando a um rejuvenescimento com melhora da qualidade e saúde do tecido, sem contar o efeito de prevenção. Essas tecnologias funcionam e dão ótimos resultados, mas devem ser muito bem indicadas e realizadas por seu dermatologista.
E os injetáveis? São vilões? Botox funciona como prevenção? Tema polêmico e temido por mulheres e homens, devido aos exageros que temos visto. Os injetáveis têm seu papel no tratamento do rejuvenescimento e podem ser feitos de forma cuidadosa e não padronizada. Acredito no rejuvenescimento mantendo as características naturais de cada paciente, sem grandes transformações.
Por isso, busco a associação de tratamentos que primeiro melhoram a qualidade e a saúde da pele para, em seguida, se necessário, usar os injetáveis. Entre os mais seguros e usados estão o ácido hialurônico e os bioestimuladores de colágeno (principalmente a hidroxiapatita de cálcio e o ácido L polilático, mais conhecidos pelos nomes comerciais: Radiesse e Sculptra, respectivamente). Defendo seus usos na profundidade correta a fim de mantermos a aparência natural, sem promover aumento de volume da região tratada. Os preenchedores e bioestimuladores devem ser aplicados como forma de sustentação nas camadas mais profundas da pele para apenas promover o efeito lifting desejado. Uma abordagem bem diferente das famosas harmonizações faciais, que acabam transformando narizes, queixos, maçãs do rosto e lábios.
Existe um milhão de questões que só o dermatologista pode responder. Nenhum outro profissional está apto a cuidar da sua pele com o conhecimento de um especialista. Saiba envelhecer com saúde, segurança e sabedoria.
Dra. Letícia Nanci é Médica do Hospital Sírio-Libanês, médica- -responsável pela Clínica Dermatológica Letícia Nanci; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)
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