A publicação médica “Lancet” disse hoje (2) que “sérias questões científicas” foram trazidas à sua atenção sobre a validade dos dados de um estudo amplamente citado, e que já foi corrigido, sobre os perigos do uso da hidroxicloroquina e da cloroquina em pacientes hospitalizados com Covid-19.
O estudo da “Lancet”, publicado em 22 de maio, apontou que a hidroxicloroquina e a cloroquina, medicamentos para tratar a malária, estavam ligadas a um risco aumentado de morte em pacientes hospitalizados com Covid-19.
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Vários ensaios clínicos foram suspensos após a publicação do estudo.
A cloroquina e a hidroxicloroquina são defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente norte-americano Donald Trump como tratamentos para a Covid-19, apesar da falta de comprovação científica de eficácia. Trump anunciou, inclusive, que tomou o remédio como forma de prevenção.
O artigo da publicação, chamado “Hidroxicloroquina ou cloroquina com ou sem macrolídeo para tratamento de Covid-19: uma análise de registro multinacional”, foi um estudo observacional – o que significa que compilou dados do mundo real, em vez de realizar um ensaio clínico tradicional – e usou dados fornecidos pela empresa de análise de dados de saúde Surgisphere.
Na semana passada, a “Lancet” publicou uma correção do estudo sobre a localização de alguns pacientes após críticas à sua metodologia, mas disse que as conclusões não foram alteradas.
Também na semana passada, quase 150 médicos assinaram uma carta aberta enviada à “Lancet” questionando as conclusões do artigo e pedindo a divulgação dos comentários da revisão por pares que levaram à publicação. (Com Reuters)
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