Quando a pandemia de coronavírus chegou, carregou com ela uma primeira e preocupante onda de contaminação. Porém, ela não veio sozinha. Por conta da mudança drástica no comportamento da população, surgiram uma segunda (surgimento de doenças agudas, já que as pessoas deixaram de buscar ajuda médica por medo de sair de casa), terceira (piora de doenças crônicas com aumento de estresse e diminuição de cuidados básicos) e quarta ondas (crise de distúrbios psicológicos). Sendo essa última um tsunami que apenas cresce, sem perspectiva de rápida diluição.
Diante desse cenário, é cada vez mais importante falar de saúde mental. Por isso, a Forbes, com a ajuda dos médicos da Caliandra Saúde Mental, Arthur Guerra, doutor em psiquiatria e professor da USP; e Camila Magalhães, também doutora em psiquiatria, acaba de lançar um canal sobre a temática no Telegram. O espaço será exclusivo para compartilhar informações e esclarecer dúvidas sobre o tema.
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Durante conversa ao vivo para anunciar o canal e também o webinar Saúde Mental, que acontece em 11 de agosto, os especialistas falaram sobre a importância do assunto. “É preciso dialogar com pessoas sobre o assunto. Poder trabalhar pautas que estão no nosso dia a dia e fazer com que deixem de ser tabu”, disse Camila, na live mediada pela jornalista Juliana Ventura nas redes sociais da Forbes Brasil sobre saúde mental no trabalho. A relevância de abordar o conteúdo de forma democrática também é destacada por Guerra, que ressalta como a temática deve ser levada como inspiração para outros âmbitos da vida cotidiana atual.
“Existe um estigma, uma preocupação sobre falar que você não está bem da cabeça. Temos que aumentar o nível de informação sobre isso de forma clara. É doença, mas tem cura, podemos lidar com isso”, explica. Para os psiquiatras, tratar da saúde mental com liberdade e conhecimento é a chave para lidar com as consequências da doença na vida pessoal e profissional.
Além do mais, é peça importante para que empresas construam um ambiente acolhedor e compreensivo com funcionários que podem estar passando por momentos difíceis. “Já tínhamos muitas empresas preocupadas com esse assunto, mas isso foi acelerado pelo momento. Passaram a compreender que saúde mental não é algo que anda separado do corpo. Ela interfere efetivamente na vida das pessoas”, destaca Camila. Sendo assim, muitas vezes a falta de produtividade de um funcionário pode indicar algo muita mais sério do que uma eventual “falta de vontade”.
Dificuldades na execução do trabalho e no relacionamento com as pessoas podem ser os principais sinais de problemas. Camila diz que depressão e ansiedade já eram quadros bem preocupantes no Brasil e no mundo antes da pandemia, porém, “com medos, receios e incertezas sobre o que está por vir, houve uma intensificação desses quadros”. De certa forma, já passou da hora das empresas tomarem medidas sobre o assunto. “Cresceu com a curva da pandemia e vai continuar crescendo se não tivermos um cuidado bastante articulado para diminuir o impacto na população.”
Para Guerra, pequenos passos podem ser tomados para melhorar esse panorama. Prestar atenção aos sinais de alerta pode ser uma ótima forma de buscar ajuda rápido ou de perceber que uma pessoa ao seu lado precisa de apoio. De modo geral, o psiquiatra explica que há um aumento expressivo de distúrbios do sono e do abuso de bebidas alcoólicas durante o isolamento social, o que pode ter relação com questões psicológicas. “O sono é a pontinha do iceberg. O primeiro sinal de que algo está errado. Além disso, em uma estatística de quatro pessoas, pelo menos uma tem consumido álcool de forma exagerada nesse período.”
Essas características podem não dizer nada, mas se estiverem carregadas de um certo desconforto, se tornam preocupantes. “Quando você percebe um desconforto que atrapalha sua vida ou quem vive e trabalha com você percebe isso, provavelmente tem algo errado”, exemplifica. Atentar-se é apenas o primeiro passo, mas seguido por posturas positivas e saudáveis, que não menosprezem os problemas alheios, pode mudar a perspectiva de alguém a sua volta, sendo uma força em meio ao caos.
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