A Open Society Foundations do filantropo bilionário George Soros prometeu na ontem (13) investir até US$ 220 milhões em organizações e líderes que trabalham para melhorar as condições nas comunidades negras, um movimento que solidifica ainda mais a posição de Soros como um dos principais apoiadores de iniciativas de justiça racial e um grande inimigo de grupos de direita, que criticam seu apoio a “terroristas”.
Soros há muito tempo usa sua considerável riqueza (estimada em US$ 8,3 bilhões pela Forbes) para lidar com a desigualdade sistêmica sofrida por comunidades que sofrem com a questão racial, incluindo o lançamento da Iniciativa de Justiça Racial pela Open Society em 2003.
A maior parte do financiamento no anúncio de segunda-feira, US$ 150 milhões, será concedida por meio de subsídios de cinco anos a organizações judiciais lideradas por negros que “ajudaram a criar e agora sustentam a luta pela igualdade racial”, disseram as fundações em comunicado à imprensa.
Os beneficiários desse conjunto de investimentos incluem grupos como Black Voters Matter e Circle for Justice Innovations, além de organizações que defendem os direitos civis e a justiça legal, como Repairers of the Breach e Equal Justice Initiative, que é bem conhecido pelo sucesso do livro e filme “Luta por Justiça”, de seu fundador e advogado Bryan Stevenson.
A Open Society também investirá US$ 70 milhões em esforços para promover a justiça racial, inclusive em cidades que estão repensando a segurança pública, “indo além da cultura de criminalização e encarceramento, e com o objetivo de criar comunidades seguras, saudáveis e racialmente justas”, dizia o comunicado, refletindo os pedidos dos manifestantes após a morte de George Floyd, que pressionaram por orçamentos policiais menores e mais fundos gastos em serviços sociais.
O comunicado sugere anúncios futuros sobre financiamento para melhorar as condições de trabalho, especialmente para trabalhadores negros, à medida que as organizações trabalhistas, raciais e de justiça social se preparam para uma Greve pela Vida Negra nacional em 20 de julho.
Soros é alvo frequente de publicações de direita. Além de receber críticas frequentes do presidente Donald Trump, que Soros chamou de “vigarista”.
Alex Soros, vice-presidente das fundações da Open Society e filho de George Soros, declarou: “Este é o momento de ações urgentes e ousadas para combater a injustiça racial nos EUA. Esses investimentos capacitarão líderes comprovados da comunidade negra a reimaginar o policiamento, acabar com o encarceramento em massa e eliminar as barreiras à oportunidade que têm sido a fonte da desigualdade por muito tempo.”
Soros já usou sua capacidade financeira para apoiar os esforços que estão ganhando atenção agora, com os manifestantes pressionando pelo fim do racismo sistêmico. Suas fundações já doaram US$ 50 milhões para ajudar a campanha da ACLU para reduzir o encarceramento em massa e no ano passado investiram US$ 25 milhões em subsídios plurianuais para organizações estaduais lideradas por negros, além de US$ 15 milhões para o Fundo Educacional e de Defesa Legal da NAACP.
LEIA TAMBÉM: O luto coletivo gerado (ou causado) pela pandemia de coronavírus
Mas parte desse apoio o tornou objeto de inúmeras teorias conspiratórias infundadas, incluindo alegações de que grupos que ele apoiou pagaram manifestantes para combater a injustiça racial.
Soros é frequentemente descrito pela direita como um “globalista”, um termo visto por muitos como anti-semita, e diz-se que está no centro de uma nebulosa conspiração global.
Em janeiro, Soros prometeu US$ 1 bilhão para financiar uma nova rede universitária para combater a disseminação do nacionalismo.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Inscreva-se no Canal Forbes Pitch, no Telegram, para saber tudo sobre empreendedorismo.
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.