O governo do Estado do Paraná assinará um acordo com a Rússia para uma parceria em uma vacina contra a Covid-19, disse hoje (11) o diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná, Jorge Callado, em entrevista à “GloboNews”.
“Nós estamos numa fase muito inicial dessas tratativas. Para que tenha qualquer troca de informações, qualquer reunião mais avançada é necessária a assinatura do acordo entre o governo do Paraná e a Rússia, que está prevista para acontecer”, disse Callado na entrevista à emissora.
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“Após esse ajuste com o governo da Rússia, as tratativas tecnológicas e científicas começam. É importante nos pautarmos por prudência, pautarmos por segurança, por transparência dentro desse processo. E também que a transferência de tecnologia esteja envolvida em todas essas etapas para que o Brasil venha a adquirir gradativamente uma autonomia na produção desses imunizantes.”
A Secretaria de Comunicação do governo do Estado do Paraná disse que o governador Ratinho Júnior (PSD) tem prevista uma reunião amanhã (12) com o embaixador russo no Brasil, mas não confirmou que será assinado um acordo de parceria para a vacina.
Mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que o país foi o primeiro a dar aprovação regulatória para uma vacina contra a doença provocada pelo novo coronavírus, que será comercializada internacionalmente com o nome de Sputnik 5, em referência ao primeiro satélite lançado ao espaço na história, pela então União Soviética em 1957.
O chefe do fundo soberano da Rússia, Kirill Dmitriev, disse que a vacina deveria ser produzida no Brasil após aprovação regulatória.
A vacina foi aprovada após menos de dois meses do início dos testes em humanos, o que levou cientistas internacionais a questionarem se a Rússia não está colocando o prestígio nacional à frente de uma ciência sólida e segura. A aprovação pelo Ministério da Saúde veio antes do início dos testes clínicos em Fase 3, com milhares de voluntários e etapa considerada normalmente como essencial para o registro de uma vacina.
Callado foi cauteloso e disse que o acordo do governo paranaense com a Rússia é um “começo” e que depende da realização dos estágios necessários.
“É algo muito preliminar, não existe compromisso de produção enquanto essas etapas não forem validadas, não forem consolidadas e não forem liberadas pela Anvisa, pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. É um começo onde nós buscamos intercâmbio e informações”, disse ele à “GloboNews”.(Com Reuters)
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