Nós, seres humanos, somos distintos por natureza e temos diferentes comportamentos. E isso independe de raça.
Estamos, no entanto, ainda em um processo de letramento e compreensão da diversidade. E esse processo nos ensina que não podemos generalizar, estereotipar e achar que as pessoas com as mesmas características físicas irão agir da mesma forma. Tudo isso é enganoso – tanto para o bem quanto para o mal.
É com alegria que eu vejo esse caminho sendo percorrido com velocidade por empresas dos mais variados setores. O universo corporativo está gerando um volume de oportunidades para a diversidade nunca antes visto.
Nos últimos anos, um número cada vez maior de mulheres passou a frequentar universidades. Hoje elas são a maioria entre os matriculados: 55%. E têm ainda uma taxa de conclusão da graduação melhor do que a dos homens: 43% contra 35%.
Junte a isso a melhor compreensão de que a maternidade não é um fator limitante e, em alguns anos, mais mulheres vão poder estar em cargos de liderança. Com isso, o Brasil deve sair da triste marca de apenas 19% dessas cadeiras estarem ocupadas por nós, segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Assistimos também ao ingresso de muito mais negros nas universidades, uma vitória da política de cotas, necessária para um processo reparatório de séculos de escravidão. De acordo com uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), em 2019, pela primeira vez, 50,3% dos estudantes do ensino superior se declararam pretos ou pardos.
São jovens que acreditam que também têm direito a batalhar pelas melhores vagas, embora tenham consciência de que ainda serão julgados, sim, pelo tom da sua pele, e que precisam ser outstanding para fazer valer seu lugar e sua vez.
Guarde esta sigla: ESG – Environmental, Social, and Governance – filosofia de gestão que não pratica filantropia e nem doação, embora possa usar como caminhos ao fazer o bem à sociedade. Ela resume a boa notícia. Cada vez mais, as empresas estão avaliando inserir conscientemente indicadores inspirados nela como composição de atingimento de metas de seus executivos. ESG diz respeito à importância dos fatores ambientais, sociais e de governança.
É essa sigla que ajuda a levar a diversidade para dentro das empresas. É ela a responsável pelo aumento da inclusão e sustentabilidade. E ela traz isso tudo de verdade. Acabou aquela história de “apenas quando sobrar um tempinho”. Diversidade, agora, é parte estratégica do negócio. Ainda bem.
Rachel Maia é presidente do Conselho Consultivo do UNICEF e fundadora do Projeto Capacita-me.
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