Em primeiro lugar quando falamos em suplemento alimentar, devemos ter em mente que isso nada mais é do que uma forma de levar o nutriente ao nosso organismo que não pela ingestão do alimento em si.
Mas como assim, doutor? O próprio nome já diz: suplemento alimentar, ou seja, ingerir o nutriente do alimento só que em pó, gel, barrinhas, ou outra forma que não o próprio alimento.
Para dar um exemplo, quando o bebê se alimenta de leite em pó nos primeiros meses de vida e não do leite materno, aquele seria um suplemento alimentar, ou seja, o bebê se alimenta de um leite que não o materno. Ele está suplementando a sua alimentação, pois por algum motivo, a mãe está impossibilitada de dar o leite materno.
E assim é com os demais “suplementos alimentares” do mercado. Um dos mais conhecidos comercialmente é o Whey Protein, em forma de pó cuja composição é a proteína do soro do leite.
Encontra-se também no mercado a proteína vegetal derivada da soja e da ervilha, e a proteína de origem de carne bovina. Nenhum desses é Whey, mas pode ser uma alternativa ao seu uso, especialmente aos pacientes que tem alergia ao leite ou são veganos.
Até pouco tempo, ainda havia muita lenda e preconceito em torno do uso do Whey Protein. Muitas pessoas achavam que esse suplemento estava relacionado com o uso de anabolizantes, o que não passava de um mito. Isso porque muito se fala em utilização desse produto para fins de ganho muscular, mas com um significado distorcido, imaginando-se pessoas extremamente musculosas.
Os benefícios desse suplemento são muito interessantes e podem ser aproveitados para uma melhor qualidade de vida, como a melhora da imunidade, auxílio da redução da pressão arterial, suporte em dietas de perda de peso, não limitando assim o seu uso aos praticantes de atividade física.
O Whey Protein é um suplemento que se destaca em todas as idades, também no caso dos idosos. Muitos idosos tem dificuldade em ingerir proteína por conta da mastigação. Aí que entra o uso desse produto para ajudar na ingesta adequada da proteína. Com o avanço da idade, a perda de massa muscular é exponencial e a preservação da musculatura em idosos é essencial para a mobilidade e sustentação das articulações.
As proteínas também trazem mais saciedade, o que é fundamental para quem quer controlar o peso, pois faz com que haja uma demora maior na sensação de fome.
Porém, é super importante a conscientização de que não existe nenhum alimento ou suplemento milagroso. Nada sozinho faz com que você chegue ao objetivo traçado, pois ingerir suplementos sem indicação de um profissional de saúde, ou até mesmo, ingerir de forma incorreta, faz com que você possa ganhar peso, e tornar ineficaz o objetivo que se pretende alcançar.
Sempre oriento meus pacientes a fazerem uso também da chamada “janela de oportunidade”, que são aqueles momentos do dia em que a proteína tem melhor absorção, para se ter um melhor aproveitamento dos efeitos dos suplementos ou alimentos.
O uso de suplementos alimentares como é o caso do Whey Protein são importantes para aquelas pessoas que não conseguem, por algum motivo, ingerir o alimento em si, como já dissemos acima. E também pela facilidade de se complementar uma dieta com a proteína necessária no dia.
Por isso repito: alimentar-se bem, com comida de verdade, é o melhor caminho a ser traçado para uma qualidade de vida adequada e para uma alimentação perfeita. Os alimentos possuem todos os nutrientes necessários que nosso corpo precisa e são obtidos através dessa ingesta variada e rica em micro e macronutrientes.
Suplementar algo só pode ocorrer em caso de carência ou impossibilidade momentânea e com indicação de um profissional da área que será capaz de quantificar o adequado para cada indivíduo.
Eduardo Rauen é médico formado pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). Integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. É médico nutrólogo (com título de especialista pela ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia) e do Exercício e do Esporte (com título de especialista pela SBMEE – Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte). Também atua como diretor técnico do Instituto Rauen – Medicina, Saúde e Bem-estar.
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