Aumento da frequência cardíaca, sensação de aperto no peito, suores, falta de ar e até tontura são sinais comuns em quem sofre com ansiedade. Esse transtorno mexe não apenas com a nossa cabeça, mas com o nosso corpo, provocando diversos sintomas físicos, entre eles os que mencionei.
Pessoas ansiosas ou claustrofóbicas, ao colocarem máscara, de fato, podem confundir esses sintomas com asfixia ou sufocamento e se sentirem bem desconfortáveis. Não é a máscara que provoca isso, mas a ansiedade.
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Ansiosos graves sentem-se “presos” e podem se sentir asfixiados não só com o uso de máscara, mas com o uso de cinto de segurança no carro ou no avião, durante o uso de elevador, etc. Que fique claro: as máscaras disponíveis no mercado para reduzir a propagação do coronavírus não provocam falta de oxigênio nas células do corpo, a chamada hipóxia.
Tanto é assim que os japoneses, por exemplo, já usavam o acessório muito antes de o SARS-COV2 surgir, não só como uma forma de respeitar os demais quando se está doente, evitando contaminá-los, mas também como uma maneira de se autoproteger de eventuais infecções. Cirurgiões e funcionários também usam máscaras o dia inteiro nos hospitais, sem que isso lhes cause qualquer problema de saúde.
Se você se sente extremamente incomodado com elas, talvez precise conversar com um profissional de saúde mental, que poderá ajudá-lo a tratar dessa ansiedade. Ou retirá-la em alguns momentos do dia, sempre em ambiente arejado ou ao ar livre e distante de outras pessoas. Outra dica é, ao retirar a máscara, fazer uma série de respirações profundas e lentas, estratégia que ajuda a baixar a frequência cardíaca e a reduzir a sensação desagradável que lhe causa o uso da máscara por causa da ansiedade.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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