Aconteceu agora em maio a Expozebu, feira internacional dos animais das raças zebuínas. Considerada a maior feira pecuária do mundo, o evento promovido pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) teve arrecadação de vendas por volta de R$ 100 milhões. Por isso, falamos hoje sobre o queridinho nelore e o bem-estar animal.
O gado nelore, ou boi branco de cupim, é o mais conhecido e disseminado em nosso país, mas sua origem é indiana. As primeiras importações da raça foram feitas no final do século 19 e início do século 20. Atualmente, o rebanho é de 160 milhões de cabeças, 80% do efetivo total. Foi no Brasil, um país tropical, que ele se encontrou em seu berço esplêndido.
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Não há dúvidas de que suas adaptações às condições de criação brasileira foi o ponto chave para sua disseminação. Super resistente, mas também reconhecemos o trabalho dos pecuaristas que há décadas investem no progresso genético desses animais.
Ou seja, explicando de forma simples, a partir de números coletados no campo (peso, altura etc.) é realizada a avaliação genética. Também são coletados dados de seu DNA a partir dos pelos do rabo. Todas essas informações são organizadas por tabelas que indicam os melhores animais. Os melhores pais e mães seguem no rebanho, produzindo filhos melhores a cada geração. E com isso, a cada geração, temos animais melhores em campo.
Entre as características de seleção, também existe a reatividade. Ou seja, a resposta do animal a um estímulo. O nelore, além do seu pelo branco e cupim, é conhecido por ser bravo, o que na verdade é um reflexo do tratamento que ele recebe.
Todos somos reflexo do que recebemos. O gado nelore é muito esperto e rápido, atento aos movimentos e às pessoas. E trabalhando com eles de forma adequada, com boas práticas de produção, é possível ter animais calmos. Isso reflete na facilidade de trabalho, redução de acidentes na equipe, um ambiente mais amigável para todo o ecossistema e também uma carne de melhor qualidade, pois o estresse reflete na coloração e no sabor da carne.
Se a Índia é a origem do nelore, foi no Brasil, com certeza, que ele encontrou sua morada perfeita.
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Carmen Perez é pecuarista e entusiasta das práticas do bem-estar animal na produção animal. Há 14 anos, trabalha intensivamente a pesquisa na fazenda Orvalho das Flores, no centro-oeste do Brasil, juntamente com o Grupo Etco, da Unesp de Jaboticabal e universidades internacionais. Foi presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) em 2017/2018.
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