Saber qual o melhor investimento e onde aportar o dinheiro mensalmente, é uma dúvida muito comum, e apesar de não haver uma resposta única, é possível ter alguns critérios básicos para facilitar a escolha de onde investir, otimizando recursos financeiros para alcançar suas metas.
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É claro que a rentabilidade é o principal objetivo, mas não o único. Considerar a adequação às suas metas e perfil é tão relevante quanto a rentabilidade.
Existe valor mínimo para aportes mensais?
Uma pergunta que recebo quase diariamente de inúmeras pessoas é: quanto aportar mensalmente? A matemática básica pode nos ajudar aqui, pois quanto maior o aporte, mais rápido você alcançará sua meta financeira. No entanto, é fundamental encontrar o equilíbrio entre suas necessidades atuais e os investimentos futuros.
Não se sobrecarregue sacrificando demais o presente em prol do futuro. Seja realista! A quantia ideal a ser aportada mensalmente deve ser compatível com sua receita e alinhada às metas que você estabeleceu. É um compromisso consigo mesmo.
Qual Investimento Rende Mais?
Essa pergunta é recorde diário na minha caixa de mensagens. E o que eu preciso que você assimile é que não existe resposta pronta.
Rende mais em relação a quê? Para qual patrimônio? Em que prazo? Com qual nível de risco?
Antes de se fixar em números e índices de mercado, entenda que o investimento mais rentável varia de pessoa para pessoa. Considere suas preferências, necessidades, tolerância ao risco e metas específicas. Cada investidor é único. Escolha um investimento que se alinhe ao seu perfil emocional e à sua disposição para lidar com volatilidade. Não faz sentido comparar seu retorno com indicadores que não são relevantes para você.
Suponhamos que você pretenda fazer uma viagem de férias daqui a dois anos que irá custar R$ 10 mil. Atualmente você possui reservado para essa meta R$ 5 mil e pretende guardar mensalmente R$ 200. Uma rentabilidade líquida de 8 % ao ano irá proporcionar, com sobra, o resultado que você precisa no prazo que estabeleceu, portanto, é uma boa rentabilidade, certo?
Por outro lado, numa outra situação hipotética, você deseja comprar um carro de R$ 80 mil daqui a um ano, hoje possui metade do dinheiro para investir nessa meta, e não pretende fazer novos aportes nos próximos 12 meses. Um investimento com rentabilidade de 14%, que é uma ótima taxa, atende a sua necessidade?
Obviamente estou trabalhando com números totalmente aleatórios, apenas para ilustrar que rentabilidade boa é aquela que te coloca mais perto da sua meta. Portanto, não se trata de saber qual investimento rende mais. Você precisa começar por outras questões: Qual a meta? Quanto de recurso já existe? Em qual prazo o dinheiro será utilizado? Qual a capacidade de aporte mensal? Quanto de risco é possível assumir?
As respostas a essas questões irão lhe fornecer o mapa de navegação e definir qual rota tomar. Aí sim você estará pronto para escolher dentre as opções do mercado, o seu melhor investimento.
Sua jornada financeira é única
As recomendações que você vê diariamente na internet servem exclusivamente para te deixar informado sobre as opções existentes. Não existe um investimento que seja igualmente bom para todas as pessoas devido a todas as variáveis envolvidas nessa decisão.
Coloque no papel todas as suas variáveis, isso vai te ajudar a visualizar o cenário com maior clareza. Ao fazer isso você se desvencilhar da ansiedade natural de querer acompanhar a dica do momento, ou o investimento imperdível da vez, pois nem sempre essa recomendação, por mais tentadora que pareça, é compatível com sua necessidade.
Lembre-se de buscar referências realistas e manter-se fiel ao seu planejamento, preferências e capacidades. Seja honesto consigo mesmo e coloque em prática tudo o que aprender sobre investimentos. Sua jornada financeira é única e será muito mais efetiva se você tiver clareza disso e um plano consistente.
Eduardo Mira é formado em telecomunicações, com pós-graduação em pedagogia empresarial e MBA em gestão de investimento. É analista CNPI, certificado CPA10 e CPA20, ex-gerente do Banco do Brasil e da corretora Modal.
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