RESUMO
- Usher investe US$ 8 milhões na Série A. O negócios é uma parceria entre a incubadora gastronômica de sua mãe a a startup de fornecimento de refeições para escritórios, Hungry. O mercado de refeições prontas movimenta US$ 25 bilhões ao ano;
- A Hungry cresceu de US$ 1 milhão no início de 2018 para US$ 6 milhões até o final do ano. A empresa espera levantar entre US$ 15-20 milhões em 2019;
- Chefs chegam a arrecadar US$ 30 mil por mês na plataforma;
- Jay-Z é a personalidade do mundo do hip hop com a movimentação financeira mais alta de 2018;
Quando Jonetta Patton abriu a J’s Kitchen Culinary Incubator, um lugar para os chefs de Atlanta aperfeiçoarem suas habilidades e compartilharem recursos, o ingrediente mais difícil de encontrar foi o cliente. Então, ela recebeu uma ligação de Nina Mahmoudpour, diretora de operações da Hungry – uma startup que conecta chefs a empresas em busca de refeições. Jonetta mal podia esperar para devorar a oportunidade. E Nina não sabia de um detalhe: a empreendedora era mãe do cantor Usher. “Eu estava tão animada que liguei para ele e disse: ‘É um grande negócio. Você tem que embarcar nessa’”, lembra ela. O filho concordou imediatamente.
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A Hungry fez, então, uma parceria com a J’s Kitchen, e Usher surgiu na rodada da série A com investimentos de US$ 8 milhões, ao lado de artistas como o jogador de futebol americano Ndamukong Suh e o rapper Jay-Z (via Marcy Venture Partners). Eles foram acompanhados por veteranos da indústria de alimentos, como o ex-CEO da Whole Foods, Walter Robb, e o dono de restaurantes Tom Colicchio. A Sands Capital Ventures e a Motley Fool Ventures lideraram a rodada. Com o novo financiamento, a Hungry arrecadou US$ 12,5 milhões desde a sua fundação, no final de 2016, por Eman e Shy Pahlevani.
Qualquer chef profissional em uma cozinha comercial licenciada pode se candidatar para participar da plataforma. A Hungry faz o filtro e prova cada prato a ser oferecido. Uma vez admitidos, os chefs cozinham as refeições e a Hungry cuida da logística. A empresa agora opera na Filadélfia e em Washington, D.C., e usará o fluxo de caixa para financiar a expansão para outros territórios, incluindo Atlanta.
“O que o Uber fez no transporte, a Hungry está fazendo com chefs talentosos”, diz Eman Pahlevani à Forbes. “Estamos permitindo que eles definam suas próprias horas, façam seus próprios menus… O app dá mais tempo para eles estarem na cozinha fazendo mais o que eles gostam, que é preparar pratos incríveis.”
Os Pahlevanis fundaram a Hungry depois de se cansarem do que consideravam um desfile interminável de opções pouco saudáveis ao procurar formas de fornecer refeições aos funcionários de sua última startup, a empresa de segurança LiveSafe. Por meio desse processo, eles tropeçaram em um mercado de catering corporativo de US$ 25 bilhões.
“Este é um dos segmentos que mais crescem no setor de alimentos”, diz Jeff Grass, diretor executivo da Hungry. “Mas essa grande indústria tem sido atendida por restaurantes e empresas tradicionais de catering e nenhuma delas foi pensada para fornecer comida para escritórios.”
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Depois de levantar vários milhões em financiamento, os Pahlevanis procuraram investidores adicionais. Eman conhecia o chef pessoal de Jay-Z e Beyoncé, Brandon Crowe, e o atualizava sobre o progresso da Hungry. À medida que o negócio crescia, Crowe conversou com seus patrões sobre investimento.
O timing acabou sendo bastante favorável. Jay-Z tinha havia acabado de dar início a um fundo de risco, apelidado de Marcy Venture Partners (depois do projeto habitacional do Brooklyn, onde ele cresceu). Seu sócio nos negócios, Larry Marcus, trabalhou com os Pahlevanis na diligência e a Hungry foi o primeiro investimento da MVP.
A Hungry pode ter despertado a atenção de investidores famosos como Jay-Z e Usher, mas a empresa enfrentará iniciativas bem financiadas como a Panera e a Whole Foods se quiser expandir. E há a inércia que acompanha qualquer rotina de escritório, sem mencionar o espectro do aumento da demanda por telemarketing e dos desafios apresentados pela mesma economia em que os chefs da Hungry operam.
Por enquanto, porém, o mercado continua vasto, há muitos escritórios que precisam de fornecimento e estão dispostos a pagar. Segundo Grass, a operação da Hungry cresceu de US$ 1 milhão no início de 2018 para US$ 6 milhões no final do ano. A empresa espera receita entre US$ 15 milhões e 20 milhões em 2019.
Enquanto isso, alguns chefs arrecadam de US$ 20 mil a US$ 30 mil por mês na plataforma – o que pode ser uma opção mais apetitosa do que tentar começar seu próprio restaurante ou trabalhar na cozinha de outra pessoa. Jonetta, por exemplo, vê isso como uma receita para a expansão. “Acho que vamos ser parceiros em outros mercados”, diz ela. “Eu vejo a iniciativa crescendo com sucesso em nível global.”