As crises globais, a desaceleração econômica e o ambiente de negócios tornando-se mais exigentes, nos últimos tempos, fez com que líderes ficassem ainda mais pressionados e buscassem soluções para atingirem suas metas. Mais da metade dos CEOs de grandes empresas mundiais afirmam que é fundamental repensar o modelo de negócios.
Uma pesquisa realizada pela McKinsey & Company, uma empresa de consultoria empresarial norte-americana, com mais de 140 líderes em diversos campos, apontou que existe um conjunto de cinco recursos que desempenham altos níveis profissionais e satisfatórios com a vida. O conjunto recebe o nome de “Liderança centrada”.
As cinco capacidades centrais são:
- Encontrar significado no trabalho;
- Converter emoções como medo ou estresse em oportunidades;
- Alavancar conexões e comunidade;
- Agir diante do risco;
- Sustentar a energia que é a força vital da mudança.
Os estudos ainda apontaram que líderes que dominam até uma dessas habilidades têm duas vezes mais chances de alcançarem resultados extraordinários, já quem domina todas as habilidades têm vinte vezes mais chances de dizer que estão satisfeitos com seu desempenho como líderes e com suas vidas em geral.
Um exemplo disso é Andrea Jung, CEO da Avon Products. Após anos de rápido crescimento de sua empresa, houve um fracasso. O desafio de Andrea foi grande porque algumas fontes-chave de sua paixão, criar uma visão ousada de crescimento e inspirar outras pessoas a sonharem grande, estavam ligadas ao seu trabalho na Avon. Para permanecer fiel aos seus valores pessoais, Andrea negou a abordagem mais eficiente de delegar aos gerentes a responsabilidade de comunicar aos funcionários sobre a reestruturação e de compartilhar informações apenas com base na necessidade de conhecimento. Em vez disso, sua solução foi viajar pelo mundo para oferecer a sua equipe uma visão para restaurar o crescimento e compartilhar as decisões difíceis que seriam necessárias para garantir o futuro da empresa.
O resultado foi o seguinte, após a CEO encontrar o real significado no trabalho e alavancar conexões com seu grupo, os funcionários sentiram que Andrea os tratavam com honestidade e humanidade, facilitando a aceitação da dura realidade da redução de empregos e dando-lhes mais tempo para se preparar. Foi notório pelos funcionários que Andrea expressou seu amor pela empresa e que ela e a Avon estavam fazendo o que era possível. Ao propor maior resiliência em toda a organização, a Avon reconstruiu sua comunidade e retomou o crescimento em 18 meses.
O mundo está acostumado a reconhecer líderes que impregnam suas vidas e trabalham com um senso de significado, transmitindo energia e entusiasmo, pois o objetivo é essencial para eles, entretanto para ser um grande líder não basta somente contar grandes histórias vitoriosas é preciso também aprender com o erro. Bill Gates dizia que “o sucesso é um péssimo professor. Ele seduz as pessoas inteligentes a pensar que elas não podem perder”, em “A Estrada do Futuro”, 1995. Para Gates, é importante ter em mente que você pode criar um produto hoje e que amanhã ele esteja obsoleto, porém serão as falhas que vão te ensinar mais e dar as melhores oportunidades para crescer.
Arriscar, sentir medo é comum entre os grandes líderes mundiais, porém é preciso converter emoções em oportunidades. Os líderes que são bons em reconhecer e combater esses sentimentos podem ajudar seu povo a reunir coragem para agir e, assim liberar um tremendo potencial de grupo. Entretanto, para muitos, incentivar outros a assumir riscos é extremamente difícil. A responsabilidade que os CEOs sentem pelo desempenho de todos na organização pode fazer com que a própria noção de suportar o risco seja extremamente desconfortável. Além disso, para reconhecer a existência de risco, os CEOs devem admitir que não têm, de fato, todas as respostas, uma mentalidade incomum para muitos líderes cuja ascensão foi construída em um ciclo virtuoso de sucesso e autoconfiança.
Doug Stern, CEO da United Media, tem várias maneiras de ajudar sua equipe a avaliar riscos e criar confiança em enfrentar o desconhecido. Para agir diante do risco, Doug segue os seguintes processos:
- Pedindo à equipe que imagine todos os cenários ruins, mesmo os mais remotos possíveis, o que ele chama de “pesadelos mais sombrios”;
- Dando a todos a chance de descrever esses cenários em detalhes;
- E elaborando um plano detalhado para combater cada pesadelo.
Depois que os medos vêm à tona e são resolvidos a equipe possui um protocolo para todos os piores cenários possíveis e um conjunto de próximas etapas para serem implementadas. Desta forma, o principal segredo para líderes alcançarem seus extraordinários resultados resume na frase do cineasta norte-americano Steven Spielberg, “Eu sempre me preparo para o fracasso e acabo surpreendido pelo sucesso”. Se você deseja ser um grande líder, basta ser cauteloso e planejar tudo detalhadamente. É necessário também ter os pés no chão e colocar em prática as quatro primeiras características do líder para finalmente colocar em ação o quinto passo, sustentar a energia, que é a força vital de mudança para quando algo improvável acontecer. Se sua equipe estiver pronta e treinada, e você, como líder, estiver certo do que fazer, qualquer crise será vencida e grandes resultados extraordinários irão lhe aparecer.
Camila Farani é um dos “tubarões” do “Shark Tank Brasil”. É Top Voice no LinekdIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Inscreva-se no Canal Forbes Pitch, no Telegram, para saber tudo sobre empreendedorismo.
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.