Uma análise, realizada pela CB Insights e a Fast Company, apontou uma lista das futuras empresas unicórnios, empresas que eventualmente serão avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais. Para identificar quais empresas estão propensas a realizar este marco, foi utilizado um algoritmo criado para identificar unicórnios, o Algoritmo Mosaic, que é composto por 3 modelos individuais, que é chamado de 3M’s.
Market – que aponta quão saudável é o setor em que a empresa se encontra
Money – qual é a saúde financeira da empresa
Momentum – quanta tração a empresa possui
Os dados da pesquisa apontaram que as ferramentas corporativas de big data dominam 30% das empresas que estão na lista para serem os futuros unicórnios. As fintech, empresas de tecnologia financeira, são o segundo grupo mais bem representado, com 20%, entre os futuros unicórnios da CB Insights. A maioria está aproveitando a onda de “banco aberto”, que faz com que os bancos fundem seus sistemas e dados internos com serviços de terceiros por meio de interfaces de programação de aplicativos, permitindo que eles criem novas ofertas para clientes com experiência em tecnologia. DevOps e ferramentas de desenvolvedor compreende a quase metade dessa categoria, com empresas que cobrem pesquisa corporativa, distribuição de bancos de dados, entrega contínua, recurso de bate-papo e proteção de dados de clientes.
Dos 50 prováveis unicórnios da lista, a Alemanha e o Reino Unido abrigam 3 empresas, enquanto a Índia e a Austrália apresentam duas. Também estão representadas Argentina, China, França, Singapura e Suécia, cada uma com 1 futuro unicórnio. Já os EUA respondem por 35 empresas, ou 70%. Embora seja global, das 35 empresas norte-americanas 30 são da Bay Area ou da cidade de Nova York. Dominadas por empresas iniciadas por homens brancos e asiáticos.
Neste ano, a lista dos futuros unicórnios saiu durante a pior crise de saúde pública e financeira que se seguiu em um século. Isso significa que os futuros unicórnios deste ano são sobreviventes, isolados do trauma econômico atual por seus modelos de negócios, de seus investidores ou pelas indústrias em que atuam.
A Cockroach Labs, por exemplo, vende um produto de TI que funciona atrás das paredes do data center, onde bancos de computadores servem os serviços de ensino à distância, trabalho remoto, observação de binge e teleconferência dos quais agora, com a pandemia, dependemos. O produto Cockroach, é uma arquitetura de banco de dados que pode sobreviver a interrupções na escala do data center, e é utilizada por grandes empresas como Comcast, Baidu e Bose. A empresa de Nova York é apoiada por alguns Ventures Capital de alto perfil, incluindo o Google Ventures e o Benchmark.
As startups focadas na empresa, como a Cockroach Labs, constituem o maior pedaço da lista de “Unicórnios do Futuro”. Isso é motivado, em parte, pelo crescente poder dos desenvolvedores nas grandes empresas e pela mudança das filosofias sobre como eles devem utilizar seu tempo.
Apesar dos desafios, a saúde é um espaço cada vez mais tentador para empreendedores de tecnologia. O setor de saúde não apenas oferece às startups uma chance de construir um próximo unicórnio, mas também uma chance de desempenhar um papel na solução de grandes problemas da sociedade.
A pandemia do Covid-19 ampliou os problemas existentes no sistema de saúde e destacou a necessidade de abordagens tecnológicas para questões de longa data. Uma área de reinvenção imediatamente aberta pelo vírus é a telemedicina, pois milhões de pessoas, presas em casa, acessam os serviços de saúde remotamente pela primeira vez.
Um unicórnio em potencial, é o Doctor on Demand, que fornece visitas virtuais de médicos de atenção primária. Outras duas startups da lista são a Omada Health, especializada no gerenciamento de condições crônicas de saúde, e a Lyra, que oferece serviços de saúde mental, cada uma se deslocou rapidamente para visitas em vídeo durante a pandemia.
Apesar do Algoritmo Mosaic ser um meio confiável para prever os futuros unicórnios, a pandemia acabou introduzindo um nível de incerteza que nunca havia sido visto. Apesar de todas as lições que ele pode extrair dos sucessos anteriores de startups, não há como prever todos os efeitos diretos e indiretos sobre as startups durante a recuperação incerta pós-pandemia. Essa lista de unicórnios em potencial deve cumprir sua promessa, porém um número maior de surpresas do que o habitual certamente está por vir.
Camila Farani é um dos “tubarões” do “Shark Tank Brasil”. É Top Voice no LinekdIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.
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