Você pode nem perceber, mas está cercado de sistemas inteligentes. Na medicina, segurança, transporte, alimentação, entretenimento, mercado de trabalho, eletrodomésticos conectados, entre outras aplicações.
O fato inquestionável é que a inteligência artificial (IA) já é uma realidade e possibilita que máquinas aprendam com experiências, ajustem-se a novas entradas de dados e performem tarefas como seres humanos. Isso traz inúmeras comodidades para nós enquanto consumidores – e também apresenta oportunidades importantes para a transformação digital de empresas e negócios.
Existem algumas vertentes interessantes para analisar as vantagens de IA para as empresas e a maioria delas tem a ver com a possibilidade de utilização do aprendizado de máquinas a seu favor. Falo sobre possibilidades de adicionar inteligência a produtos e serviços existentes, utilizar algoritmos de aprendizagem progressiva para automatizar processos e, claro, atingir maiores níveis de precisão em informações à medida que sistemas de inteligência permitem extrair e analisar dados em profundidade.
No Brasil, o cenário é equilibrado quando o assunto é startups de IA. Entre os setores, o destaque está na área de saúde e tecnologia (12,5%), RH (10%), agricultura (9,6%), indústria 4.0 (9,6%), dados divulgados por um estudo da Distrito neste ano de 2021.
A startup Laura é um exemplo de sucesso na área da saúde e atende mais de 40 instituições com sua inteligência artificial. O robô Laura já monitorou cerca de 2,5 milhões de pacientes apenas no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba (PR). Desde 2016, a healthtech vem identificando necessidades de otimização em ambientes hospitalares e utiliza recursos digitais no monitoramento e gestão. A partir dessa observação, começou a implementar as suas soluções tecnológicas que ajudam médicos e enfermeiros a gerenciar o fluxo de atendimento dos pacientes internados, por meio de uma análise de dados de prontuários e exames. Laura é capaz de destacar e apresentar à equipe médica quais são os pacientes que precisam ser priorizados no atendimento. Sua tecnologia já analisou mais de 10,7 milhões de atendimentos hospitalares.
A mudança no comportamento de mercado também é notada pela movimentação tecnológica em diversos países. Atualmente, hospitais e universidades internacionais também estão desenvolvendo seus próprios sistemas de inteligência artificial capazes que apontar riscos de sepse – e com isso permitir a intervenção imediata dos médicos.
Nos Estados Unidos, o hospital Augusta Health e a ONG Sentara Healthcare, no estado da Virgínia, o Duke University Hospital, na Carolina do Norte, e a Universidade Johns Hopkins, em Maryland, já trabalham com soluções semelhantes a do Robô Laura. O mesmo acontece no Imperial College London, no Reino Unido.
De diferencial ao mainstream
Por enquanto, IA ainda é um diferencial para produtos, serviços e processos. Empresas mais maduras em sua utilização apresentam uma vantagem competitiva relativa de mercado. Por outro lado, dentro de alguns anos, os recursos de IA vão deixar de ser um diferencial e ocupar cada vez mais espaço no mercado, na preferência dos consumidores, nos serviços.
Até 2025, a receita cumulativa com recursos de IA atingirá a casa de bilhões de dólares. Sistemas de reconhecimento e classificação de imagens chegarão a mais de US$ 8 bilhões, enquanto tecnologias de melhoria de desempenho por algoritmo ultrapassarão US$ 7,5 bilhões. Na área de saúde, destaque principal para sistemas de processamento eficientes e escaláveis de dados de pacientes, previstos para totalizarem mais de US$ 7,3 bilhões.
Outra área interessante que deverá movimentar cerca de US$ 3,5 bilhões nos próximos quatro anos é a da utilização de inteligência artificial para distribuir conteúdo nas mídias sociais.
Ou seja, a transformação digital e a mentalidade de incorporação de IA é urgente. Não ache que, por menor que seja o seu negócio, IA não será para você – pense em quais sistemas de automação podem ser implantados nos seus processos e serviços, ainda que seja em um recurso de automação no atendimento aos seus clientes.
Comece pela reflexão: onde IA pode auxiliar o seu negócio? Faça simulação, ouça seus clientes e, claro, teste. Quem mais rápido se mover, maior chance de ter uma fatia maior do bolo de oportunidades.
Camila Farani é um dos “tubarões” do “Shark Tank Brasil”. É Top Voice no LinkedIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.
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