“Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado neste andar”. Na maioria dos elevadores, o que se lê é isso. Logo, não é de se admirar que tantas pessoas utilizem, erroneamente, o pronome demonstrativo mesmo. Mas como assim, Cíntia Chagas? Se eu não quiser repetir a palavra elevador, o correto não seria usar mesmo no lugar?
Nã-nã-ni-nã-não, leitor. Na sua língua, no caso a portuguesa, mesmo só pode retomar uma ação, não uma palavra. Por exemplo: João fez além do esperado na empresa. Espero que você faça o mesmo. Recupera-se, nesse caso, a ideia, a ação de executar mais do que o previsto, não uma palavra. Entendeu?
E como ficaria o aviso então? Antes de entrar no elevador, verifique se este (ou se ele) se encontra parado neste andar. Simples assim. Você pode substituir por um pronome reto (ele e afins), por um pronome demonstrativo (este e afins) ou por um sinônimo.
Mesmo, professora? Mesmo!!! E esse mesmo que eu acabei de usar? Trata-se de um advérbio com valor reforçativo, de um sinônimo da palavra realmente. Eu mesma uso muito. Está de brincadeira, fessora? Mais um uso do mesmo? Sim! Eu mesmo, ele mesmo, nós mesmas: função de adjetivo. Mesmo (sinônimo de “apesar de”) parecendo complicado, é bem fácil. Você só não pode achar que todo mesmo dá na mesma. Mesmo??? Mesmo…
Até semana que vem.
Cíntia Chagas é uma professora que sempre leva humor e conhecimento ao público. Escritora de dois best-sellers da editora HarperCollins, ela coleciona milhares de alunos nos cursos virtuais que ministra. Palestrante e instagrammer, provou que irreverência, humor e educação podem e devem andar juntos.
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