Você já parou para pensar no seu poder de mudança? Hoje em dia, em qualquer breve momento de conversa que tenho com empreendedores ou investidores, invariavelmente esse questionamento aparece. É uma preocupação adicional a todas que temos vivido nos últimos anos e que chega com a força desse mundo cada vez mais digital.
Rever modelos de negócios que deram certo até aqui – mas que provavelmente não nos levarão ao futuro -, repensar a posição que ocupamos nas nossas organizações ou o perfil de projeto no qual queremos investir nosso tempo e dinheiro. Tudo precisa ser reconsiderado dentro de uma nova lógica.
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O que estamos vislumbrando para o nosso negócio está alinhado com aquilo que o novo consumidor e os nossos times exigem? Mais diversidade, mais capacidade de liderar criando um senso de pertencimento das equipes e criatividade de desenhar produtos e serviços que impactem positivamente a sociedade são alguns dos desafios.
Seremos capazes de conduzir nossos negócios ao próximo passo? Quais os conhecimentos adicionais que precisamos adquirir? A verdade é que mudar exige aprendizado constante e força de realização.
O conceito de Intentional Learning, ou aprendizagem intencional, diz muito sobre esse momento. Essa será uma das habilidades mais importantes da próxima década, revela a consultoria McKinsey. E por quê? Bom, vivemos um cenário em que, até 2022, 133 milhões de novos empregos poderão ser criados, alimentados pela nova era digital, apontam dados do World Economic Forum.
No mesmo ritmo, milhões de postos de trabalho irão desaparecer. O mundo do trabalho está sendo transformado e nós precisamos seguir nessa mesma direção. Quem domina o Intentional Learning torna-se um aprendiz intencional, como aponta o estudo, desbloqueando um grande valor para si e também para seus times e as organizações nas quais atuam.
O mais interessante é que o motor da aprendizagem intencional é a curiosidade. A lógica é simples. Quanto mais curiosos formos, mais aprenderemos. E aqui eu queria destacar a importância de exercitarmos a visão ampla, a abertura para novas ideias, a busca pelo saber, a propensão a fazer conexões entre diferentes conceitos e ouvir argumentos de quem pensa diferente da gente.
Ampliar a consciência, nunca reduzir conhecimento, esse é o segredo. Ler muito, conversar com novas pessoas, frequentar ambientes plurais, viver outras experiências.
A curiosidade nos conduz a buscar perspectivas distintas. Isso tem efeitos diretos na nossa forma de ver o mundo e no desempenho dos negócios. A probabilidade de um investidor ter sucesso ao investir, quando todos os integrantes são da mesma raça, por exemplo, é 25% menor do que quando o time é diverso.
O mesmo acontece se olharmos para educação homogênea. Times de investidores de risco têm 18% menos sucesso ao aportar recursos em um profissional egresso da mesma universidade que ele, aponta Stefanie Johnson, professora associada da Leeds School of Business, da Universidade do Colorado, estudiosa do tema da diversidade.
Algumas pessoas são mais curiosas que outras? Sim, mas a boa notícia é que a curiosidade pode ser exercitada em qualquer momento da vida. A nossa inteligência, conhecimento e curiosidade podem, e devem, ser nutridos ao longo da vida. Só assim vamos nos manter motivados e ávidos, sempre evoluindo.
Ao cultivar a curiosidade, vamos perdendo o medo de falhar, pois entendemos que isso também é uma ferramenta para o nosso desenvolvimento. A curiosidade desperta a nossa inspiração, nos faz aprender cada vez mais, nos coloca na responsabilidade de buscarmos o nosso próprio conhecimento, de forma autônoma. E isso nos permite pensar em produtos, serviços e experiências não óbvios, algo fundamental para atendermos às demandas do novo consumidor.
Camila Farani é um dos “tubarões” do “Shark Tank Brasil”. É Top Voice no LinkedIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.
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