O dólar emendou a quarta alta consecutiva frente ao real hoje (16), em sessão que acompanhou a volatilidade nos mercados externos, onde a moeda também subia com demanda por segurança diante de mais evidências da profunda recessão que se abaterá sobre a economia global.
O Banco Central interveio neste pregão, colocando todos os 10 mil contratos de swap cambial tradicional (US$ 500 milhões) disponibilizados em oferta líquida. A divisa desacelerou os ganhos momentaneamente, mas depois retomou o fôlego e renovou máximas.
Depois de uma repercussão errática, o mercado interpretou os dados de auxílio-desemprego, do setor imobiliário e de atividade empresarial nos EUA como novos e claros sinais da gravidade da recessão que se avizinha. Um recorde de 22 milhões de norte-americanos solicitaram seguro-desemprego no mês passado, o que quase apagou toda a geração de empregos desde a Grande Recessão.
“Resumindo: o desemprego e a perda na renda continuam sendo uma grande questão; elevam a pressão para medidas adicionais de alívio”, disse o conselheiro econômico principal da Allianz, Mohamed A. El-Erian.
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A expectativa em torno do anúncio de novas orientações pela Casa Branca para a reabertura da economia dos EUA também deu o tom durante os negócios, com alguns Estados já prorrogando o isolamento para conter a pandemia do novo coronavírus até 15 de maio. Isso aumenta o receio de que a economia fique paralisada por mais tempo, com mais danos.
“O início de uma das temporadas de resultados corporativos mais incertas de todos os tempos, acompanhada de dados econômicos catastróficos na maior economia do mundo, mantém ativos de risco operando de forma errática na semana”, disse Victor Beyruti Guglielmi, economista da Guide Investimentos.
O dólar à vista fechou em alta de 0,27%, a R$ 5,2565 na venda.
Na B3, o dólar futuro de primeiro vencimento tinha valorização de 0,28%, a R$ 5,2630, às 17h11.
No exterior, o dólar subia 0,6% e 1,4% ante algumas divisas emergentes, enquanto somava 0,41% contra uma cesta de moedas fortes.
O dólar sobe no Brasil quase 31% em 2020. É o pior desempenho para o real, considerando os quatro primeiros meses de ano, desde pelo menos 2003.
Alguns analistas têm chamado atenção para o que classificam como uma postura branda do Banco Central em termos de atuação cambial. E estudo do BNP Paribas indica que a depreciação cambial de moedas da América Latina não tem tido o mesmo impacto sobre a inflação que em anos anteriores. Na teoria, isso reduz a lista de argumentos para o BC intervir no mercado. (Com Reuters)
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