O dólar passava a subir acentuadamente contra o real depois de operar em queda nos primeiros negócios de hoje (30), em dia de maior volatilidade com a formação da Ptax de fim de mês às vésperas de feriado.
Às 10:38, a moeda norte-americana avançava 1,49%, a R$ 5,4352 na venda, e chegou a tocar R$ 5,4393 na máxima do dia. Mais cedo, nos primeiros minutos após a abertura, a cotação havia tocado R$ 5,3320. Na B3, o dólar futuro tinha alta de 1,93%, a R$ 5,4465.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
“Hoje é um dia ativo, de briga da Ptax”, disse à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do grupo Laatus, sobre os movimentos de hoje. A Ptax de fim de mês serve de referência para a liquidação de contratos futuros e outros derivativos.
A “briga” entre comprados e vendidos em dólar por uma taxa mais conveniente a suas operações costuma adicionar volatilidade aos negócios.
Além disso, “é véspera de feriado, e ninguém vai querer ficar muito posicionado”, acrescentou Laatus, citando também ajustes após quedas fortes da moeda norte-americana.
Na véspera, o dólar spot caiu 2,94%, a R$ 5,3552 na venda, maior perda diária desde 8 de junho de 2018.
Ao mesmo tempo, completou Laatus, “as declarações de Bolsonaro desta manhã também surtiram efeito na economia como um todo”.
Em mais um desdobramento tenso na política brasileira, o presidente Jair Bolsonaro classificou hoje como “política” a decisão liminar concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, e disse que a medida quase causou uma crise institucional.
VEJA TAMBÉM: Dólar tem maior queda de dois dias desde 2009 com exterior e cena local
O presidente também rebateu o argumento de que a indicação violava o princípio da impessoalidade ao dizer que Moraes só chegou à corte graças à amizade com o ex-presidente Michel Temer, que o indicou ao STF.
Recentemente, o clima político amargo — com a saída de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça, embates do Executivo contra Legislativo e Judiciário e falas crescentes sobre um possível impeachment de Bolsonaro — vêm prejudicando o desempenho da moeda brasileira. Esse cenário, combinado a um contexto de juros baixos, já deixa o dólar em alta de 34% contra o real no ano de 2020.
Hoje, nos mercados internacionais, o dólar mostrava força contra divisas arriscadas pares do real, como dóalr australiano, peso mexicano, lira turca e rand sul-africano.
O Banco Central ofertará hoje até 10 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento setembro de 2020 e janeiro de 2021. (Com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.