O IBGE apresentou hoje o IPCA-15 de abril. Os dados apontam que o Brasil já está em um mundo deflacionário, com uma variação de -0,01% no mês. Essa é a menor taxa para um mês de abril desde o início do Plano Real.
Para fazer uma breve recapitulação, no mesmo mês de 2019, a taxa foi de 0,72%. Com o resultado de hoje (28), o indicador acumula alta de 0,94% e, em 12 meses, a variação acumulada de 2,92%.
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Seis dos nove grupos pesquisados tiveram deflação em abril. Transportes (-1,47%) foi o grupo com a contribuição negativa mais intensa (-0,30 p.p.). Também teve destaque deflacionário os artigos de residência (-3,19%), que contribuíram com -0,12 p.p no índice do mês.
No lado das altas, o grupo alimentação e bebidas (2,46%) acelerou em relação a março (0,35%) e teve o maior impacto (0,48 p.p.) sobre o IPCA-15 de abril. Olhando mais no detalhe, a queda em transportes mostra como o país está sendo impactado pelo violento choque nos preços de petróleo no mercado internacional.
Vimos em abril um recuo nos preços dos combustíveis (-5,76%). A gasolina (-5,41%), o etanol (-9,08%) e o óleo diesel (-4,65%) tiveram quedas mais intensas que as do mês anterior e contribuíram, juntos, com -0,35 p.p. de impacto no IPCA-15 de abril. Entre os grupos em alta, o que já era noticiado em sondagens e resultados de empresa se confirmou. Alimentação e bebidas (2,46%) apresentou o maior impacto do IPCA-15 de abril, com 0,48 p.p.
Destaque para a alimentação no domicílio, que subiu 3,14%. Ou seja, com as instruções sanitárias de permanecer em casa, é observado uma pressão nos preços de alimentos em supermercados.
O IPCA-15 é um forte indício que a inflação do ano ficará abaixo do limite inferior da meta, 2,5%. O que coloca mais pressão por um corte de juros na reunião do Copom, na próxima semana, dia 6 de maio.
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