O bitcoin subiu nesta semana, chegando aos US$ 10.000 e acelerando o mercado antes do tão esperado halving na semana que vem. O valor da criptomoeda agora já se recuperou de todas as suas perdas causadas pelo coronavírus –que chegaram a quase 40% desde janeiro– e está no caminho certo para se tornar um dos ativos com melhor desempenho no ano.
No entanto, com o iminente halving (queda da oferta pela metade) do bitcoin, alguns alertaram que o preço poderia estar se aproximando de um abismo. “Com o halving do bitcoin chegando rapidamente, acreditamos que uma retração de curto prazo é altamente provável imediatamente após o halving, à medida que os traders começam a lucrar”, disse Lennard Neo, chefe de pesquisa do fundo de bitcoin institucional Stack, baseado em Singapura.
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O halving do bitcoin da semana que vem, o terceiro desde que a moeda foi criada há mais de uma década, está marcado para 12 de maio e fará com que o número de bitcoin recompensado aos chamados mineradores, que mantêm a rede de bitcoins, seja reduzido pela metade –passando de 12,5 bitcoins por bloco minerado para 6,25.
Ninguém sabe como o preço do bitcoin reagirá ao aperto de oferta da próxima semana, embora a maioria dos traders e investidores de bitcoin esteja confiante de que o valor subirá eventualmente.
“A longo prazo, podemos esperar que o bitcoin registre uma valorização significativa no final de 2020 e no início de 2021”, disse Neo, acrescentando que “mais turbulências nas economias maiores” poderiam “acelerar a trajetória ascendente do bitcoin”.
Os mercados de ações globais se recuperaram acentuadamente desde a liquidação induzida pelo coronavírus em março, impulsionado por um grande estímulo monetário e fiscal liderado pelos EUA. Contudo, podem existir novos problemas no horizonte, com os investidores observando nervosamente como os países administrarão o vírus quando começarem a diminuir as restrições de quarentena.
Enquanto isso, outros 3,2 milhões de norte-americanos buscaram auxílios a desemprego na semana passada, elevando o número total de reivindicações desde meados de março para 33,3 milhões –cerca de 20% da força de trabalho dos EUA.
O mercado de opções de bitcoin também está exibindo sinais de alerta na corrida para o halving. “Após o aumento da volatilidade depois da grande queda de março, a recuperação gradual e constante levou a volatilidade implícita a se acalmar”, disse James Li, cientista de dados da empresa de análise de bitcoins e criptografia CryptoCompare, apontando para os contratos de opções de bitcoin da exchange cripto Deribit, no Panamá. “No entanto, com a forte alta que vimos no final de abril, o mercado agora espera movimentos mais voláteis antes e depois do halving, independentemente da direção. As expirações de longo prazo, em setembro e dezembro, não viram uma reação muito forte, sugerindo que a volatilidade deve ser atenuada no longo prazo após o halving”.
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Alguns investidores acreditam que o halving do bitcoin, um evento bem telegrafado que está no roteiro desde que o bitcoin foi criado, já foi “cotado”. “Esperamos que o efeito do halving já tenha acontecido, o que significa que este evento de 2020 será anticlimático para muitos”, disse Ed Hindi, do fundo cripto Tyr Capital, com sede em Londres. “Talvez vejamos o mercado cair de 25% a 35% em relação ao pico, mas esperamos que seja seguido por um período de negociação com limites ao longo de vários meses e, em seguida, um movimento gradual de volta”, disse Hindi, acrescentando que “o horizonte de longo prazo para o bitcoin é extremamente otimista”. Ele ainda previu uma meta de preço de US$ 100 mil a US$ 125 mil para o bitcoin nos próximos anos.
Wayne Chen, fundador da Coincurve, uma exchange de bitcoins baseada em Vancouver, ecoou outros no setor de bitcoin. “Existe a possibilidade de os preços serem negociados lateralmente ou até terem uma pequena queda após a metade”, disse Chen. “Com a pandemia da Covid-19 como um prejuízo adicional à economia mundial, podemos ver um sinal de alta mais rápido do que os halvings anteriores.”
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